June, 29

The noise of the places we live in, the sounds created by us, the babble, the buzz, the prattle generated by the potpourri of our soundscape. However, nothing is louder than   the chatter in our minds.The incessant, bold, affirmative rhetoric of words that come along and do not allow us to be silent. Or that we do not wish to silence. 

Yes, this internal dialogue is a complete encyclopaedia of what, we women, have been trained for centuries to keep inside, the fruit of many sentences like ‘don’t be loud’, ‘girls talk too much’ or the simple fact of not being allowed to speak. Women have been fully coached in the art of being careful in what they have to say, which granted us the wonderful gift of being good listeners but, do not mistake yourself, we were gifted to be good listeners of others. We manage to have time to tune in with our family, our friends, our husbands, our lovers, our children, our grandchildren. Indeed, we can be excellent listeners for the entire world … but our own.

Why? I can think of a number of reasons: our minds are experts in driving us into what we think we are bad at, in what we should or should not do, in what others may think of us, in what is expected of us. The only way to stop this race is to quiet the mind and listen. But this may be scary: the noise in our heads is so familiar it can become a kind of a safe net. Well, dear women, it is not. The path of listening is not a fairytale; it may take us into our depths, be frightening. But believe me, as shadowy as it may be, it shows us a truth we need to hear, and that truth is the biggest ray of light you can get for it allows you to take action.

I sincerely hope this issue will plant the seed of listening to your-self, and keep on tuning in with what other women have to share: we are launching our podcast this month.

And, because we cannot be neutral to any kind of inequality, we decided to end every article in this onzine from now on, with a very beautiful detail that makes us all pride. I challenge you to discover it.

Alexandra Quadros

Photo by Tiago Fezas Vital

FalcaoLucas

Falcao from Tania
Lucas from Luis
Two hearts, two talents that complement each other like the feet need each other to walk, the hands help each other to accomplish, the eyes support each other to distinguish other beauties and the ears bridge each other to listen just a little deeper.

Inner voice

If you look for the way people see us in the art world you will find a title that says ‘FalcaoLucas – Digital Artists’.

We truly are. But for us, the plasticity of an artwork is multidimensional in the sense that we see a concept with almost all our senses. And this implies much more than what we’ve just said.

This means a kind of itching that compels us into a certain chaotic movement on every piece we create. We draw it; and in the process of drawing it, the itching comes, and we have to see the visual ideia fleeing out of the paper, running from it, in fact, sometimes. Then, another itching comes and those images, those actions, become sounds in our heads, and they are so loud, so stubborn, we also have to design them, bring them out, listenable to all people.

Yes, we really pay attention to our several inner voices; and the one that makes us create sound is probably the boldest one; she does not permit any of us to shut her up.

She showed up very clearly now, at the moment we were invited to create the soundtrack for the Womanity Podcast. Here it is; you will be of the first to listen to it.

We called it ‘Inner voice’.

Now, please put your headphones on and enjoy what she has to say to you.

"Inner Voice"

Animated Art and Womanity Podcast Soundtrack by FalcaoLucas

W-LGBT

Teresa Dimas

Jornalista há mais de 30 anos e a todas as horas do dia.

Com alguma ingenuidade,  acredito que todos os dias contribuo para um mundo melhor protegendo a mais preciosa das joias: a liberdade. 

Apresento-me como uma pessoa séria que não se leva demasiado a sério.

Listen
Ouço
Escuto

Falo tanto como ouço e eu sou uma máquina de falar.
Sei o que estão a pensar: és jornalista, é o teu dever.
Sim, devo ouvir e aprender, mas o que me traz aqui é um testemunho de ouvir em sentido lato.
Ouvir olhando, ouvir sentindo, ouvir para evoluir. Ainda não estou perfeita mas tenho treinado e estou cada vez melhor. 

Relacionado com o ouvir, tenho um vicio e uma aflição. Vício de perguntar a história de desconhecidos. Procurem um desbloqueador de conversa e perguntem : qual é a sua história ? 

Foi assim que ouvi os verdadeiros exemplos inspiradores de gente que venceu a doença, mas que na alegria da vitória me conta como ficou a família: mais unida mas falida, unida mas cansada, outras vezes perdida . 

Muitas vezes as histórias têm finais felizes mas o caminho até lá é tão duro e longo que percebo que há muita gente tão valente .
Os detalhes desses relatos de caminhos são sempre diferentes. 

Quem conta ouve-se, talvez se pacifique e eu aprendo.
Foi a ouvir que aprendi como é difícil sair do bairro. Conhecem seguramente a expressão: podes sair do bairro, mas o bairro não sai de ti ? 

Sair do bairro é difícil e o bairro aqui assume um sentido simbólico de uma pedra amarrada à nossa perna que nos diz que não devemos espreitar para lá do beco, que o mundo é uma luta entre nós e os outros, que os sonhos têm de ser à medida da nossa rua. 

Foi difícil ouvir uma menina de 18 anos confessar-me que afinal o que queria era ser médica, mas que o irmão lhe diz há anos que é burra e que há um lugar para ela atrás do balcão do café da família. 

Disse-lhe que podia tudo; e pode.
A menina voltou ao bairro, para o café da família, mas pelo menos sabe que fora do bairro acreditam nela . A semente está plantada; pode ser uma maldição mas o inconformismo tem autonomia e força. 

Deixem-me falar da aflição: 

Vivo nesta inquietude de perder alguém porque não perguntei se está bem, se precisa de mim.
Tento estar atenta a quem toca a minha intuição, conhecido ou desconhecido e na dúvida pergunto: está tudo bem?
E se bastar o meu interesse para desbloquear um qualquer desespero …e se …
valeu sempre a pena.


Nota importante: estão excluídos deste meu testemunho os egocêntricos, os que são o seu melhor tema . É por causa destes que há tanta gente em silêncio com tanto para dizer e nós distraídos com tanto para ouvir. 

W-LGBT

Photo by Rui Gaiola

Filipa Jardim da Silva

Mulher, companheira, filha, amiga e mãe do Vicente a tempo inteiro.

Potenciadora de mudanças sustentáveis e de saúde integrada.

Se fosse um verbo seria fazer acontecer.

Se fosse uma competência seria inteligência emocional.

Curiosa irremediável e pessoa de pessoas.

Pensamento diário: “Como posso hoje ser um bom agente ativo de mudança?”.

Escutar

“Não é possível escutar realmente alguém e fazer outra coisa em simultâneo.”

- M. Scott Peck, autor do livro “The Road Less Traveled”

A audição é o sentido que nos permite detetar e percecionar um som à nossa volta, de forma automática. Escutar, por outro lado, implica prestar atenção a esse som. Escutar de forma ativa remete para uma escuta com atenção plena, com o propósito principal de observar e compreender a mensagem que nos está a chegar, com curiosidade e sem julgamento. É uma competência essencial à nossa existência, à nossa liberdade, ao nosso bem-estar, à capacidade de deixarmos um legado com impacto na nossa sociedade.

Acredito que aprendi o sentido de escuta ativa com a minha mãe em pequenina, em que sinto que nada mais importava quando estava a falar com ela. O contacto visual dela, as expressões faciais e todo o seu corpo diziam-me que estava a prestar-me atenção naquele momento, e isso fazia-me sentir única, o suficiente para depois conseguir transitar para o modo de “estou a prestar-te atenção enquanto cozinho também”. 

“O maior problema na comunicação é que não escutamos para compreender. Escutamos para responder.”

- Stephen R. Covey

Na adolescência, entristeceu-me que tivesse perdido essa competência muitas vezes, sintonizando-se mais com as suas vozes de medo e com as vozes de terceiros que nada acrescentavam. Percebi que pode ser um grande desafio escutar um filho numa fase da sua vida em que esse filho se individualiza e apresenta uma visão diferente do mundo. Constatei então, nesses anos, que muitos adultos à minha volta pareciam não praticar o suficiente a competência de escuta ativa; comunicavam mais preocupados em ter razão e em mudar a opinião do outro, fosse na minha vida pessoal, na escola, na comunidade na qual me integrava. Ligava a televisão e surpreendia-me com intervenientes que se pareciam escutar mais a eles próprios do que propriamente às pessoas com quem estavam a dialogar. E lembro-me de que entre os 15 e 17 anos, um dos maiores elogios que me podiam fazer era dizer-me o quanto se sentiam ouvidos e vistos por mim, de forma plena. Não tinha grande talento para pintar ou desenhar, pelo que escutar foi a arte a que me dediquei. Quando o meu professor de piano me dizia “tens bom ouvido”, lembro-me de lhe dizer intuitivamente “estou é interessada e atenta”. Não sabia muito de neurociências na altura, mas já tinha percebido que ouvir era bastante distinto de escutar ativamente.

Na minha formação enquanto psicóloga clínica, psicoterapeuta e coach, tive oportunidade de melhorar a mestria em escutar realmente o outro. Viver sozinha a partir dos 18 anos também terá contribuído para isso. Mas não só. Fazer o próprio processo de psicoterapia durante 3 anos, entre os 20 e os 23, ensinou-me a sintonizar com a minha própria voz e a diferenciá-la dos outros, deu-me o sentido de responsabilidade de atribuir a mim o que é meu e reclamar o meu poder de ação e de decisão, mesmo quando isso acarreta peso. Reconheço que só aí percebi como o nosso cérebro funciona como uma espécie de rádio, com diversas frequências. Umas representam partes nossas complementares, outras emitem informações do passado, outras dão voz a terceiros. Reconhecer a frequência que estamos a sintonizar é fundamental, para enquadrarmos a informação que estamos a receber e adequarmos a nossa escolha ao momento que estamos a viver.

Nestes 13 anos de experiência profissional, tenho constatado como a maioria das pessoas que me procura beneficia em treinar a sua escuta ativa, a nível interior e exterior. Embora sejam aparentemente livres, vivem prisioneiros por medos, desinformação, ideias preconcebidas, estereótipos e hábitos tóxicos. As suas ditas ações autónomas são na verdade um conjunto de passos orquestrados pelo seu passado, pelo seu contexto, pelas suas pessoas de referência. Reivindicam direitos e respeito mas não se apercebem da nebulosidade das lentes com que olham para si e para os outros. Isso ajuda a explicar porque têm tanto mas se sentem tão vazios e infelizes. Isso ajuda a compreender porque precisam de estar sempre a fazer algo que crie ruído, porque não toleram o silêncio da tranquilidade na sua própria companhia.

A Teoria da Vinculação ajudou-nos a compreender que uma das necessidades psicológicas mais elementares é a necessidade de ser escutado e reconhecido pelos pares. Também a nível conjugal, as conversas íntimas e a qualidade de escuta são um dos pilares à união saudável de um casal. Igualmente, a nível laboral, a satisfação aumenta quando as nossas ideias e necessidades são respeitadas ao invés de ignoradas ou desvalorizadas. A eficácia da comunicação em equipas é muito influenciada pela capacidade de escuta com qualidade. Mas em nenhum ponto do nosso currículo académico encontramos uma disciplina que nos ajude a aprender a escutar ativamente. Uma competência transversal a tudo.

Na sociedade ocidental, tem-se alimentado a ideia de que superar as emoções leva a uma mente que toma melhores decisões. Esta tendência cultural a uma certa condescendência das emoções não poderia ser mais limitativa. As emoções tornam-se um problema quando não escutamos cada músico que vive na nossa orquestra interior. Quando, pelo contrário, treinamos a competência de nos sintonizar com o nosso corpo e com as nossas emoções, de forma atenta e curiosa, então essa informação revela-se uma grande aliada na toma de decisões mais conscientes. De facto, percebe-se que a incidência de realidades como o burnout, a violência, o racismo e a doença psicológica é muito reforçada pela prevalência de maus ouvintes. 

Quando não escutamos a nossa voz interior e não nos sintonizamos com o nosso corpo, não definimos limites, não somos capazes de priorizar as nossas necessidades, não diferenciamos a nossa vontade da vontade dos outros. Isso torna-nos mais vulneráveis à nossa tendência genética, à influência do meio e às circunstâncias de vida. 

A arte de escutar ativamente proporciona-nos, assim, saúde psicológica, porque garante a satisfação das nossas necessidades, porque abastece a nossa autoestima e confiança pessoal, porque contribui para o estabelecimento de relações positivas e estáveis, porque nos torna agentes individuais de mudança.

É fundamental assegurarmos que os nossos governantes políticos respeitam a nossa capacidade de nos fazer escutar e nos escutam com a atenção e o respeito devidos. Mas antes disso, é preciso garantir que nos escutamos a nós mesmos e que a nossa voz está sintonizada com a nossa verdade e essência e não é simplesmente uma cassete riscada pelo medo de não ser aceite, pela vontade de fazer parte de algo.  É fundamental que a educação das nossas crianças fomente a competência de escutar com qualidade. E agora desacelere por uns breves instantes e escute o que ficou a ressoar dentro de si depois de me ter lido. 

W-LGBT

Joana Pereira

Voluntária a tempo-inteiro e para a vida. 

Sofredora assumida do síndrome de Peter-Pan (e da Disney, no geral). 

Eterna sonhadora e defensora de um mundo mais justo.

Voz

No dia em que regressei do meu primeiro voluntariado em São Tomé e Príncipe, senti-me completamente perdida. Tinha percebido que o mundo era muito mais do que aquilo que víamos através da televisão, da internet e dos catálogos de viagens. O mundo e as pessoas eram tão mais do que isso…e eu senti, pela primeira vez, que eu também tinha de ser mais. Percebi que, de alguma maneira, o meu mundo teria que estar ligado a outros mundos, que não podia continuar mais fechada e centrada em mim mesma, como estive durante tanto tempo.

A bússola que tatuei uns meses depois ajuda-me a manter o foco no caminho que quero seguir. Inspirada no filme da Pocahontas, traz-me sempre à memória os versos da música “Ouve o coração”, coisa que não fiz durante algum tempo. 

Saber escutar-nos (com atenção) tem muito que se lhe diga. Estamos talhadas para seguir os que os outros nos dizem para fazer. Somos educadas para corresponder às expectativas. Dos outros, não das nossas. Esperam que sejamos cumpridoras de um papel, dentro de um determinado padrão social, e nós, nós vamos: ouvimos tudo e todos à nossa volta e esquecemo-nos que também temos voz e algo a dizer sobre a nossa própria vida. 

Muitas vezes ignorei a minha própria voz. Ou melhor, calei-a. Coloquei-lhe uma pedra em cima e tratei de me distrair com outras coisas. Se o fiz de forma mais ou menos consciente? Talvez numas alturas o tenha feito, noutras acredito que não sabia mesmo que o estava a fazer. 

Mas descobrirmos a nossa voz pode ser absolutamente transformador. Conseguir pô-la cá para fora não só foi libertador como mudou a minha vida por completo. Deu-me poder, deu-me estrutura, deu-me estabilidade emocional e deu-me a força para dizer: basta. 

Quando nos ouvimos de verdade, ouvimos a verdade e isso quase sempre leva a mudanças. E mudar é desafiante. Acho que muitas vezes, é esse medo de mudar que nos faz fazermos “ouvidos moucos” à nossa própria voz. 

2018 foi um ano de viragem para mim, foi quando me aprendi a escutar de verdade. Tinha andado a ser dura comigo mesma durante demasiado tempo, anulando-me completamente ao silenciar a minha voz numa relação tóxica, abusiva e onde não havia espaço para 2 vozes. E eu não quis ver isso. Calar a minha voz foi anular-me a mim mesma e tornar-me uma completa desconhecida de mim própria. E dos outros. Tornei-me irreconhecível ao ponto de tolerar o intolerável, a não me respeitar, a assumir o erro que sabia que não ser meu. A minha voz esteve sempre lá, eu é que tinha decidido não a escutar. E perdi-me. Até ao dia em que decidi dar-lhe importância. 

Antes disso, tinha decidido despedir-me de um contrato de 2 anos após 9 meses de trabalho em que as crises de ansiedade se tornavam praticamente uma constante do dia-a-dia. A minha saúde física e mental teve que se sobrepor ao resto e foi então que decidi trocar o certo pelo incerto.

No fundo, a minha voz teve sempre razão e eu fiz o meu caminho até decidir dar-lhe a importância que ela merece.  A voz que aos 16 anos me disse que a área social era onde eu deveria estar e que não me enganou. A voz que me faz acreditar e lutar por um mundo mais justo e tolerante. A voz que me diz que me devo amar mais a mim própria e que hoje não me deixa mais ter pensamentos auto-destrutivos. 

Apesar disso, o caminho ainda vai a meio, ou nem isso, e sei que ainda é muito fácil pôr as vozes dos outros em primeiro lugar, mas o que interessa aqui é descobrirmos que temos esta capacidade de estarmos em primeiro (ou mesmo em segundo) e que nem sempre precisamos de estar lá no fundo, completamente caladas.

Senti que se ia ter esta oportunidade de escrever numa plataforma de mulheres para mulheres, então que fosse para deixar uma mensagem positiva, de que basta de nos anularmos em detrimento dos outros; basta de não pormos as nossas vozes, os nossos sonhos e as nossas ambições em primeiro lugar. Basta de sermos o expectável, de seguirmos um padrão e de termos de ser as mulheres que os outros querem que sejamos. A minha, a tua e a nossa voz é uma prioridade.

Sejamos nós, únicas e com as nossas próprias vozes. Singulares e coletivas.

W-LGBT

Photo by Isabel Pinto

Manuela Furtado

51, single mother (in practice) of 2 grown kids, Mati and Benji. Founder, owner and manager of Birdsong Lisbon, a PR and Comm agency. 

I travel for work, to find out new places and visit family. 

I still find time in my life to knit, sew, do some gardening, and thrift shopping. 

Studied Fashion Design, worked various years as Fashion stylist and editor at Marie Claire and Elle, ended up as Fashion PR and then broadened up to consumer and lifestyle brands PR.

What Listening 
means to me

Here is my little story, it is important that I start by telling it, because it shaped the way I listen, and it explains how listening shaped my life. I was born in a multicultural family; my mother is German, and my father is Indian. My parents met in London, and after marrying they moved around Europe a few times. Finally, when I was 5, in late 1974, after the revolution, we moved to Lisbon and stayed there until today. We all, my parents and my siblings adopted Portuguese nationality, so I am Portuguese by adoption. I would say my core is a third German a third Indian and a third Portuguese.

The Portuguese culture came easy to us, my father was Goan, territory that belonged to Portugal until the mid-sixties. So, he was educated under this country’s cultural influence. My mother is a southern German, a Bavarian, her natural warmness (I do not agree with the stereotype many people attribute to the German as cold hearted!) helped her adjust well to Portugal. In our family our “native” language is English, but because of the places we lived in, I became a polyglot child; at a point of my childhood I spoke 4 languages simultaneously: English, French, Portuguese, and German. Later as an adult English and Portuguese prevailed… presently I still think in English, as it is my native language, and the one we use within our family and relatives, that, just to add a little more spice are spread all around the globe…

So, this cultural “masala” I was brought up into, gave me a very wide view of the world from a very young age, gave me some struggles that helped me become stronger and introduced into me a necessity to be curious all the time and see learning as a continuous process throughout my life. Listening played the main role for me to succeed. I was shy and quiet, but always observant and curious.

Telling my early life story is important to explain what listening means to me and why it has always played an essential role in shaping my life: absorbing and really trying to understand a message someone or something is conveying to you, making sense of it, and using it, from that moment on, as one more brick in my growth process.

I have no idea if I am a good listener. However, I see listening as something to be done wholeheartedly.  Meaning, I believe the act of listening is essential to be part of a community; you must be fully in the story that is being shared with you. Truly listening takes a holistic approach. Either you listen with your whole body, mind and soul or you will miss a part of the message. Listening challenges your upbringing, your original culture, you must keep aside judgment, preconceived ideas, and practice acceptance… not easy, because your ego is a little devil, and will make it hard for you. Listening is learning about someone else’s point of view and accepting the difference. To listen also involves being open in interpreting abstract messages, when you receive the silent ones: the ones sent though expressions, unsaid words, body language, behaviour. Listening to nature, the planet and all its living beings is also part of the job… It is being attentive to signs, using your experience and intuition and practicing empathy.

As a woman, and in all my roles… citizen, mother, daughter, professional, friend, companion, leader, human being, I have felt so many times unheard… and I still struggle many times to be listened. It angers me, it makes me feel frustrated, but I am aware that it is a continuous progress because by dedicating my time and effort to listen I also evolve my own communication skills and make myself listened.

So now it comes to what I do for a living; I am a founder, owner and manager of a Comms and PR agency in Lisbon, for over 25 years. Listening and be listened are the building blocks of this business. Our clients tell us their stories, we listen, organize, edit, rewrite, filter… use the necessary tools to make their stories heard.

Essentially, our ears hear the sounds, and our brain makes sense of it. But listening takes a lot more than that, it takes the whole of us. It takes me on a journey to all and everything around me.

Now, I feel time has come to use these communication skills in new ways and I am working on finding out which will be this new path I feel drawn to…curiosity will take me there, for sure.

W-LGBT

Carla Romagosa

Nacida en Barcelona.
Enriquecida por otras vidas vividas en Paris, Caracas, Bogotá y Santo Domingo.
Asesora de empresas, marcas, pero sobretodo de personas.
Especialista en nutrición y en el poder transformador de la menopausia.

Listen

Dicen que hay un mundo que vuelve, tal y como han vuelto los delfines, los ciervos y otros animales salvajes durante la Pandemia mundial de la Covid-19. Personas en busca de buen aire, de verde, de agua salada y de cosechas propias, reconciliándose con la tierra, escuchándola, cultivándola y, permitiéndose que esta, la Madre Tierra, les conceda su gran poder de fertilidad y de regeneración. De todo esto va el movimiento Slow Food, fundado en los años 1980 por Carlo Petrini y por un grupo de activistas con el objetivo inicial de defender las tradiciones regionales, la buena alimentación, el placer gastronómico, así como un ritmo de vida lento. 

Mi amiga Maragalida Ripoll tuvo el honor de entrevisarle hace unos pocos días y no sabes cómo me hubiera gustado estar de oyente en esa “Slow charla-entrevista-café” que tanto se parece a lo que yo pienso sobre el cuerpo de la mujer, pues así como Carlo Petrini, sostiene que esta regeneración del planeta también es de pensamiento e insiste en que, para cambiar el mundo, es necesario hacerlo desde la felicidad y la alegría, yo me concentro en divulgar sobre la importancia de la actitud, el estilo de vida y la nutrición en las mujeres de más de 40 años, las que ya están iniciando su proceso de transición a la menopausia. Y es que, aunque muchas no lo sepan, esto nos sucede a todas y la clave para que no nos pille a contrapié, radica en saber escuchar las propias señales de nuestro cuerpo. En la vorágine habitual de nuestras vidas, el hecho de escucharse a una misma no es tarea fácil y no por ello debemos decuidarla. 

En otro orden de cosas, también muy de pensamiento regenerador “Slow”, está el revuelo que ha causado el papel protagonista de Kate Winslet en Mare of Easttown, por mostrarse ante las cámaras tal y como es: una mujer madura, sin filtros, con arrugas, michelines que enseñan con naturalidad el paso del tiempo. Real como la vida misma, Winslet ha hecho una serie de declaraciones en los medios de comunicación que no solo muestran una gran aceptación de su propio cuerpo, sino también las ganas de no ocultar su edad ni la etapa vital en la cual se encuentra. Winslet tiene 45 años y desconozco si aún menstrúa o si ya ha empezado a tener síntomas de premenopausia, cosa que sería de lo más normal. Visto lo visto, me parece que está enfocando su camino hacia la menopausia como debe ser, a lo Petrini, con felicidad y alegría, escuchando lo que su cuerpo y su mente necesitan. Con ese punto de Madre Tierra que va con la madre que todas somos, aunque nunca hayamos parido, que es el definitivo para la supervivencia de cada una de nosotras las mujeres, cambiando y transformándonos fisiológicamente, pero también desde la sonrisa interna, la calma, el sosiego y, sobre todo, desde el corazón. 

Solo así recuperaremos el aliento creativo y captaremos las oportunidades que nos brinda la vida, como los delfines el mar y los ciervos el bosque.

W-LGBT

Stefanie Birkholz

Visionary.

Advocate for self-love.

Mother.

Colour green.

Listening is soul-searching

With no accommodation booked, 50 Euros in my pocket, I sat in Easyjet’s airbus at 9am on a Monday morning at Schoenefeld. From the planeI called in sick.

The night before, I let loose in Berlin’s nightlife: visited an exhibition, drank vodka shots, and danced wildly. Crazily, a minor accident had happened at a party. To try to offset the problem a friend had offered me her black wool oversized jumper. I combined it with my black tights and light brown high heel boots reaching up to my knees. That’s how I showed up at the airport at seven am. The flight I paid for with her credit card too, by the way!

My awesome friends supported me in living up to what I truly felt. So I had to return to Lisbon after a magnificent vacay and dive into its vibe again. Because something undefinable in my life was missing. And I thought, I may find an answer there. Around lunchtime, the plane made its turn at Portugal’s coastline. Again, I indulged in the breathtaking view – the hills, the freedom bridge, the sun, the river Tejo, and my beloved big blue ocean.

I surrendered to an inner peace experience: I knew I was all right. So here is how I trusted the universe’s guidance:
When I decided a YES: my inner voice whispered: do it!
When I booked the flight three hours before take-off: my body felt vibrant.
When I called my employer from the plane: my soul felt expansive!
When I landed in Lisbon: my mind was still.

I listened.
To. My. Self.

Listening is the foundational skill I passionately promote not only in my service as a Transformational Coach but in any role that I’ve chosen to express myself through.

Listening is a four-dimensional practice. It begins first and foremost with yourself.

As the only acceptable proof of your worthiness, your breath plays a significant role in the practice of listening. The natural in-and-out flow cultivates a connection with yourself, guides you inwards, and reads the messages in your physical, mental, emotional, and spiritual body. By listening, you receive them, make your choices and act upon them in your day-to-day life.

Your body is perfectly designed to hold your space of universal intelligence. So you can sense energy: to see, taste, hear, feel, smell, hence experience and design life, your life. When you calm down, tune into your breath, and listen to your body you connect and build an intimate
relationship with your body. Over time, you intuitively understand what you need and respond accordingly. In fact, you build and re-arrange your home. There, you can be with yourself in your solitude, rawness, and honesty. This is inner peace.

Your thoughts have a profound impact on your actions. To not be ruled by them, listening to your thoughts helps you calm your mind. Then you’ve got a chance to understand them by exploring their sources deep down in the subconscious mind. With patience, you’ll be able to reframe your mindset and shift your ingrained beliefs, values and behaviors into your essence. So that you can live up to your tremendous potential. Know, there’s no such thing as too much amazing.

Your emotions are generated by your thoughts. Feelings are neither good nor bad: joyful, sad, frustrated, rejected, lonely, alone, kind, appreciative, powerful, precious, resentful, relentless, angry, loved, vulnerable, intense, passionate, fierce, hurt, in pain, fun, fantastic, unique. But they make you thrive, stuck or fall. By tuning into your emotions, you acknowledge, accept, let them go through you and go – beyond.

Now, this is where the fascinating inner world becomes sustainable- your soul. Calming your mind, embracing but not attaching to your physical body, thoughts and emotions enables you to listen to the bottomless depth of your being again and again. You’ll never get tired of what your soul reveals. You may want to call it: “I follow my heart”, “My inner voice whispers”, “My truth is”, “My intuition tells me”, “My soul speaks to me”, “My spirit is up”. But at the core, it’s meant to be this: a playful harmony of your body, mind and emotions to expand your soul collaborating with universal intelligence: Your true nature. The only way of Being to engage with. Unapologetically.

Here's a meditation that helps you reconnect with your inner whole self. Click the play button!

Can you sense now, why listening is the number one skill to solidify?

Listening requires you to slow down and pause. By emerging with your breath, you sense your natural worthiness, which is the source of your presence. Presence is the space of awareness. When you’re aware you’re able to listen.

Listening enables you to emerge with your true self. So that you can confidently express your presence, preciousness, and power through your spirit. Thus you become the conscious creator of your soul-aligned life, one in which you thrive and blossom. By nature, that’s what you’re supposed to do here on earth: embodying your soul in the human experience. With consistency, you can apply the practice at any given moment to regulate your body, thoughts, and emotions to stand strong in your self-integrity.

Be you in action. Choose yourself every given moment. You’ll positively impact the people around you, the community you’re in, the business you serve with, the country you love, the planet you appreciate. Because me equals us.

Listening to yourself is soul-searching and an act of love. Choosing from within what’s right for you is freedom. Taking action on what liberates you is Bravery. Bravery is Joy of life.

Long story short. My Portuguese friend at that time accommodated me for four nights in his fancy apartment in Lisbon’s Santa Catarina neighborhood. The river Tejo view was beautiful. I loved it, especially at night, when the city lights cut through the dark. It still makes me fall in love with Lisbon.

With my pocket money, I decided to be mindful of my choices. So I often strolled through Lisbon. Finally, I invested some coins in a ticket on the last day and took the train to Estoril. Walking into the sunset along the beaches, I suddenly stopped and observed. The ocean was calm. The
evening sun cast its orangey- light into the water. Joggers, skateboarders, surfers enjoyed themselves. I listened and I decided to move to Portugal to become me, that is me. In
September 2009, I arrived to stay.

I feel deeply honored to contribute to womanity’s online community. Because the movement aligns with who I am today. I’m a visionary. I stand for the importance of inner groundwork. I stand for self-worth and deep love. I stand for freedom and compassion. I stand for inclusivity.

Listen! I see you. Your worthiness, your kind of love, light and uniqueness. Live all of you!

Let me know how your journey meanders? Also, I’d love to know what the meditation revealed within you? You’re welcome to send me an email to: roomformyself@gmail.com.

W-LGBT

Coming up

July, 28

#5 GUILT

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