SEX.

August 31

Say it loud:
SEX.
Louder:
SEX.

Can you make it?

Probably not.
Then, try to say it in your head, probably it is better for what I am trying to bring up to you.

Whisper into yourself:
SEX.
Louder inside:
SEX.
Louder:
SEX.

What comes up?

Call it shame.
Call it the night you heard your parents through the walls, your mother doing those noises that seemed like she was in pain. You got scared for her, you banged the wall and said ‘is everything ok’? Silence. Then that shame rising up again because you knew, you sensed, that you were crossing some forbidden line.
Call it the day someone at school showed a magazine and called those girls sluts.
Call it the way you were supposed to be sexy out of home but not too sexy in it.
Call it the stories you heard about husbands who left their wives because they had it better with other women.
Call it the guys that leave their homes after dinner and pay for it.
Call it dirty.
Call it sordid.
Call it promiscuous.
Again and again …
… shame.

Why?
Why can’t we say sex without feeling uncomfortable?
Why can’t we see sex as a way to love our bodies and empower ourselves through them?
Why can’t we see love in the word sex?
Why can’t we, women, love ourselves through it?

Every day is a perfect day to start.
Like this one.

Alexandra Quadros

Marta Crawford

Psicóloga, sexóloga e terapeuta de casais

Apresentadora de programa televisivos sobre sexualidade e do podcast muitomaisdoquesexo
Escritora e cronista
Mãe de dois filhos maravilhosos: Bárbara e João e “Mãe de cão” da Jackie e do Jack 

Fundadora do futuro MUSEX- Museu Pedagógico do Sexo

Todxs merecemos e temos o direito a ser sexualmente felizes

Entrevista com Marta Crawford

Conhecemos-te no primeiro programa da televisão portuguesa sobre sexo – o AB Sexo. Mas o que talvez poucos de nós saibamos é que, em miúda, vias a Psicologia como um hobby, que o que querias mesmo era ser atriz e voar para o Actor’s Studio. Qual foi a razão de teres desistido ou adiado o sonho de ser actriz?

Iniciei a minha licenciatura de Psicologia – Clínica, no ISPA – em simultâneo com o momento em que iniciei a minha carreira profissional como actriz. A psicologia era um gosto e não a opção de uma carreira. Ao ser contratada para a companhia de teatro A Barraca, onde estive cerca de dois anos e onde me estreei com o espetáculo “O Baile”, de Helder Costa, achei que seria para sempre. Não tinha dúvidas quanto à carreira artística, na qual fui feliz e me senti realizada, até ter vivido o momento mais difícil da minha vida: a morte inesperada do meu pai, que coincidiu com a data do meu aniversário e com a estreia de um espectáculo infantil. Foi muito difícil, mas “the show must go on”. Cumpri, foi uma estreia assombrosa e dedicada ao meu pai, no final voltei para o velório e no dia seguinte foi o seu enterro. Nesse dia perdi metade do meu coração, fiquei devastada, e com ele o gosto pela minha carreira como atriz. O curso de Psicologia tornou-se claramente mais satisfatório quando iniciei a prática clínica e percebi que a prática clínica me preenchia tanto como uma ovação no final de um espetáculo. Assim, pouco a pouco, fui fazendo a transição entre as artes do palco e a clínica. Continuo a ficar emocionada quando assisto a um espetáculo de teatro ou a um concerto de clássica, e quando há a ovação encho-me de lágrimas e fico profundamente comovida. É uma coisa boa.

No curso de Psicologia optaste pela especialidade em Sexologia Clínica. Que te levou a escolher essa especialidade em vez de qualquer outra? 

No último ano da licenciatura tínhamos que escolher um local de estágio, e eu, depois de uma conversa com um colega, o Jorge Cardoso, que tinha estado a assistir a um congresso de Sexologia no Porto, decidi acompanhá-lo na escolha da consulta de Sexologia, do Serviço de Terapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos.  Foi aí que tudo começou. Foi a melhor escolha que eu podia ter feito, apesar de ter criado imensos anticorpos no ISPA, que não via com bons olhos a minha opção cognitivo-comportamental. Foi um estágio de muitas aprendizagens e no qual compreendi que me sentia profundamente à vontade com a temática da sexualidade, por mais difíceis que fossem as situações. Sentia empatia, respeito, e não julgava as partilhas de quem me escolhia para o fazer, o que fazia com que as pessoas se sentissem bem comigo. A partir dessa altura percebi que trabalhar nesta área seria a minha missão. E fui adquirindo, ao longo da vida, mais saberes para estar à altura das pessoas que me procuravam para pedir ajuda.

 A tese que apresentaste, contra ventos e marés, era sobre Transexualidade. Estávamos nos anos 90. Como vês esse tema nos dias que correm? Na Womanity, é um assunto que nos interessa sobremaneira, iremos abordá-lo num dos nossos próximos números, achamos que as mulheres transexuais merecem toda a nossa atenção, no sentido do empowerment.

O tema da transsexualidade nos anos 90 era quase inexistente. Não havia internet tal como a conhecemos hoje, os artigos científicos que existiam tinham de ser pedidos através da universidade e chegavam por correio. A literatura sobre a matéria era escassa e exclusivamente internacional. Nos anos 90 as questões da identidade de género ainda eram vistas à luz da opinião e estudos de John Money, que só cerca de 20 anos depois foi desmascarado por apresentar provas falsas nas suas investigações e que foram profundamente arrasadores para a comunidade intersexual e transgender.  

 

A tese de licenciatura que fiz, permitiu-me fazer uma reflexão muito importante de um tema difícil. Aprendi imenso. Foi um desafio fazer este estudo, porque era considerado um não-tema. Os professores do ISPA não entendiam a minha motivação e até a minha família achava um tema demasiado esquisito, enfim… Foi um desafio e tanto que coincidiu com o nascimento do meu segundo filho. Lembro-me que no dia da defesa, marcada meticulosamente por mim para se realizar antes do parto, o professor convidado faltou e a defesa teve que ser adiada. Um mês depois, quando defendi a tese já tinha as mamas cheias de leite e a defesa teria que ocorrer entre mamadas. Nesse dia, a defesa não foi pacifica, com atrasos do júri. Consegui defender a tese, com as mamas a rebentarem pelas costuras de leite e um bebé esfomeado em casa à espera. Tive 19. Menos não seria aceitável!

A sociedade evoluiu muito desde então. Agora discute-se abertamente o género, existem leis em Portugal e no mundo que defendem os direitos das pessoas trans, apesar do aumento da transfobia. Ainda assim muito se conquistou.  Até 2011 existia um vazio legal face ao reconhecimento da identidade das pessoas trans. Mudar de sexo e de nome próprio tinha que ser feito através de processos judiciais. Ainda há muito a fazer, graças aos retrocessos dos tempos e dos radicalismos de direita que ameaçam os direitos fundamentais de homens e mulheres e, em especial, das minorias.

Começaste a trabalhar nesta área nos anos 90. Na altura a informação não era tão disponível como hoje. Sentes que as mulheres estamos mais despertas ou libertas agora, ou estamos muito próximas de estar na mesma?

Entre a fase em que comecei a trabalhar na clínica e a atualidade, muito mudou na nossa sociedade e no mundo. 

Existiram dois grandes marcos históricos: o primeiro, relacionado com surgimento do Viagra; o segundo, com a democratização e acesso à Internet. O impacto da Covid19 também se poderá considerar um recente marco transformador. Muito mudou, por exemplo, a forma como se olhava para a disfunção eréctil, que classificava os homens como impotentes. O facto de eles passarem a poder ter ereções com a ajuda desta nova paleta de medicamentos revolucionou a forma como se passaram a percepcionar e o sexo. Deu-lhes capacidade para manterem uma ereção, mas infelizmente não deu a todos a competência e habilidade para satisfazer as parceiras. 

Assistimos também à maior liberdade das mulheres para escolherem os seus caminhos, sem estarem reféns apenas do casamento e dos filhos como objetivo de realização feminino. O direito ao prazer sexual feminino, a escolha de parceirxs ocasionais ou não, a opção pela maternidade ou não (primeiro grande marco surge com a pílula), são uma clara mudança no estatuto da Mulher. Falamos do estatuto da mulher no mundo ocidental diferente de outras coordenadas no mundo. Apesar da evolução de direitos, poderes e igualdades, a sexualidade continua a ser um tabu.

Muitos preconceitos e ideias feitas continuam a martirizar as pessoas, mulheres e homens. Individualmente, continua a eterna procura por uma certa normalidade: pela ideia de que sexo é coito, de que o orgasmo deve acontecer  sempre, em simultâneo e durante a penetração, de que se devem realizar as fantasias do outrx ou se é rejeitado, que se deve estar sempre disponível, etc… 

O autoconhecimento é fundamental, sabermos o que gostamos e não gostamos, o que queremos ou não, as nossas fronteiras e limites, … todas estas questões continuam a inquietar a humanidade. 

A ideia de que toda a informação está na internet e que basta procurar para se ter a resposta, é uma falácia: a intimidade, a intimidade sexual, o corpo, a pele, o prazer e os desejos são temas pouco discutidos ou nem sempre o são de forma honesta e livre, entre as pessoas e os seus pares. Há o medo do que o outro possa pensar, da rejeição, da falta de desejo /química, da falta de atracção, da rotina, e isso impede as pessoas de irem à sua verdadeira essência e de viverem com felicidade a sua sexualidade. Antes de sermos dois temos que nos conhecer individualmente. É importante que cada mulher saiba o que quer e não quer, que conheça os seus direitos, que não aceite menos do que merece e nunca faça fretes. Dialogar intimamente sobre as suas dúvidas ou desejos com outras pessoas ou com xs parceirxs é fundamental, pois só assim se pode viver a sexualidade em pleno. 

Infelizmente o que acabei de dizer não se aplica em países em que os mais elementares direitos humanos são ameaçados. Fico doente ao ouvir as recentes notícias do Afeganistão, das mulheres perderem todos os seus direitos, das imagens femininas estarem a ser apagadas dos muros, das mulheres e crianças serem exploradas sexualmente, … tudo isto me deixa bastante inquieta e com vontade de fazer algo mais, não podemos ficar apenas comovidos e revoltados, temos que direcionar essa energia para atuar.

O facto de trabalhar em Sexologia Clínica mudou-te de alguma maneira?

Espero que sim, pelos menos parece-me positivo pensar que aquilo que nos apaixona e nos entusiasma nos torna melhores pessoas, mais empáticas, mais competentes e mais compreensivas. 

No que diz respeito à exposição mediática que tive com o meu primeiro programa de televisão diria que não mudei a minha essência. Comecei a andar mais de saltos altos e a ter noção de questões que talvez antes me passassem ao lado e a ter de lidar com as expectativas e projeções dos outros. Por outro lado, passei a ter acesso a informação privilegiada das vivências das pessoas, pois consideram-me merecedora dessas partilhas para as poder ajudar. 

Continuo a ser a Marta de sempre, com mais uns cabelos brancos e umas rugas, mas continuo a apaixonar-me por novos projetos e a ter vontade de mudar o mundo, naquilo que eu sei e que está ao meu alcance. E foi por isso, que em 2010 sonhei com o Musex- O Museu Pedagógico do Sexo, para todxs, onde possam conviver no mesmo espaço crianças, jovens e adultos. Um museu com uma vertente pedagógica, artística e de grandes causas. Tenho a anunciar que a primeira exposição vai acontecer em 2022 e será sobre o Prazer Sexual Feminino. E é com um prazer imenso que eu e a minha equipa vos convidamxs a todxs para a visitarem, no Palácio Anjos, em Algés, no próximo ano.

 

É opinião comum que a indústria da pornografia é feita por e para homens. Como vês a pornografia à luz da cultura e universo femininos?

A indústria pornográfica que foi criada para alimentar tesões masculinas nos últimos anos começou a mudar. As mulheres começaram a produzir filmes como os da Erika Lust, por exemplo, que são dirigidos ao género feminino, mesmo que sejam vistos por todxs. A pornografia tem o seu espaço, e ao longo da história da humanidade foram sendo criados vários “produtos” pornográficos, para excitar públicos essencialmente masculinos, ávidos de conteúdos que lhes dessem vazão à testosterona. Os filmes com mais ou menos história, mais ou menos grandes planos, acabam por ser um aditivo para a fantasia. O risco está na overdose ou no consumo exclusivo sem outras formas de vivências reais. O consumo livre da pornografia tem trazido imensas adições e nos últimos 10 anos vejo muitos casais desencontrados sexualmente, porque um deles está viciado no consumo individual de pornografia e por não saber resolver as questões dentro da relação. Masturbar-se a ver pornografia pode ser gratificante, como até ver pornografia a dois (desde que ambos sintam essa necessidade) mas a fantasia criada pelo nosso imaginário, sem os estímulos de filmes pornográficos, é um exercício que promove níveis de excitação e de prazer talvez mais interessantes do que aquela excitação mais fácil e direta dos conteúdos pornográficos. Se resulta para se ficar excitado? Sim, resulta na maior parte das situações. Se é suficiente? Não me parece. 

Trabalhas com casais, em terapia, além da terapia individual. Como sentes o tema da comunicação na intimidade do casal?

O tema da comunicação íntima é o TEMA do momento, sabemos que a comunicação é determinante para o entendimento entre as pessoas, em geral e, no caso dos casais, em particular. Em terapia de casal falamos muito de comunicação, mas nem sempre se trabalha o tema da comunicação íntima, esses discursos individuais e a dois, que são essenciais para o entendimento entre duas pessoas. 

As pessoas têm a sua personalidade, vivências, experiências e educação sexual ( formal ou informal) que vai ter um forte impacto na forma como se vive a sexualidade. Temos uma mochila mais ou menos pesada de coisas boas e menos boas. E só no diálogo é que se ultrapassam crises e se avança para um patamar que possa ser bom para ambos. Não pode haver um que ganha e outro que perde. Os dois têm que ganhar… porque um tem mais experiência do que o outro, não quer dizer que saiba mais ou que tenha sempre razão… porque um manifesta mais desejo sexual pelo outro, não quer dizer que esteja melhor classificado na equação. …quando um não esta disponível, não significa que não goste, ou que é o responsável pelo fracasso do relacionamento, etc. 

Há muitas ideias feitas sobre os deveres e obrigações da conjugalidade e da intimidade, a maior parte dela assentes em mitos e valores obsoletos; e apesar de vivermos numa sociedade mais aberta, por comparação com o tempo dos nossos avós, continuamos a ser filhos e netos, de uma geração marcada pelo catolicismo e pela culpa. O caminho deveria ser honestidade e liberdade na relação, sem que isso possa afetar a liberdade do outro. A assertividade íntima promove mais encontros ao contrário do que se possa pensar. Se na minha relação eu digo que não, e o meu par aceita que eu possa não estar disponível sem qualquer retaliação, isso significa que provavelmente o próximo encontro ocorrerá em breve sem espinhas, sem culpas ou deveres.

Ainda no âmbito da terapia de casal, de que forma a culpa e a pressão sexual influenciam a conjugalidade? 

Falo, muita vezes, da culpa versus pressão, porque é a pior equação para o sexo entre duas pessoas. 

Quer dizer que os momentos de intimidade surgem porque alguém pressiona e outro cede por culpa ou por ter medo do impacto que a sua indisponibilidade possa criar no outro. Esta equação é mortal a todos os níveis: faz com que a vontade de ambos seja cada vez menor. E contamina toda a relação com silêncios, mágoas, sentimentos negativos impartilháveis que geralmente vão aumentando e sufocando cada vez mais os seus interlocutores. 

 

Como referi antes o Não e o Sim são duas palavras-chave. O Sim deveria querer dizer, que quem o diz está disponível e quer estar com o outro, e não uma espécie de NIM que vai ao encontro da vontade do outro, negando a sua própria. O Não, por sua vez deveria querer dizer que a pessoa tem o direto de expressar, que por alguma razão não lhe apetece iniciar um momento de intimidade. Essa honestidade é um bem essencial, não significa uma tampa, que não se gosta ou deseja o outro, mas que apenas por alguma razão não se está disponível para o outro, na esfera da intimidade sexual. Só isso. Esse Não deve ser respeitado. Se hoje não estamos disponíveis, estaremos noutra altura. Os casais que respeitam a vontade do outro sem constrangimentos, zangas e agressividades estão muito mais vezes juntos e de uma forma muito mais interessante. Dessa forma os momentos são desejados por ambos. 

As mulheres têm que ser mais assertivas nesse ponto e deixar de fazer fretes ou de fazer de conta que está tudo bem e que estão a ter imenso prazer, quando isso não é verdade. Por vezes tentam intensificar o sexo por forma a que o outra atinja o orgasmo para despachar o assunto e se irem lavar. Intimidade sexual não é isto.

Não resistimos a fazer uma última pergunta. Disseste-nos: ‘Sou mãe-galinha de 2 humanos e de 1 cadela. Sou melhor pessoa desde que fui mãe de cães.’ O que mudou em ti como pessoa desde que te sentes ‘mãe de cães’? 

Sempre desejei ter um cão, tal como sempre desejei ser mãe: tenho dois filhos lindos e maravilhosos – a Bárbara e o João, adoro-os mais do que tudo. Foi em 2007 que adotei o Jack, foi amor à primeira vista e a partir daí tornei-me muito melhor pessoa. O Jack era um weimaraner, e para quem os conhece, sabe que são cães cheios de energia, mas dóceis e meigos como o mel. Viveu connosco 11 anos até que tive de o adormecer, há cerca de 3 anos atrás. Foi a primeira vez que senti a dor da perda por causa de um animal…nunca se esquece o primeiro “Amor Cão”. A Jackie nasceu duas ou três horas antes do Jack partir e exatamente no mesmo local. Coincidência? Sim. O criador do Jack acompanhava uma das suas cadelas que fazia uma cesariana naquele dia, e encontrou-me na mesma clínica.

Durante meses acompanhei à distância o destino daqueles cachorrinhos, o seu crescimento, mas mantinha-me quieta no meu luto. Uns ficaram com o criador outros foram vendidos. De novo, coincidência ou não, o firmamento empenhou-se em dar-me uma segunda oportunidade. E foi exactamente quando uma das cadelas vendidas, foi devolvida ao criador que a Jackie, entrou definitivamente na minha vida. Dois meses depois, a Jackie veio para nossa casa e foi a melhor coisa que nos aconteceu. O Jack foi o meu primeiro amor, mas a Jackie é definitivamente o meu grande amor. O amor por animais, faz-nos muito melhores pessoas.

W-LGBT

Ana Saramago

Ana Saramago, 57 anos.
A bordar merdas desde 2010.
Adora explorar novos desafios e sair da zona de conforto.
Ah, e acredita que criar faz bem à pele.

Clarissa Mingo Valderrábano

Periodista de almas, Helpfinder y aprendiz de doma de caballos sin violencia

Mujer, madre y compañera de vida.

No contemplo la posibilidad de lo Imposible

El camino de Resiliencia

El sexo debiera ser un encuentro placentero, fruto de una entrega y recepción mutua; pero, ¿qué pasa cuando no es así? ¿Qué se esconde detrás de la dificultad para conectar física y emocionalmente con otra persona? ¿Por qué invade la incomodidad, miedo,  deseo de escapar, parálisis, culpa y vergüenza? 

La respuesta vive fragmentada y oculta, en la profundidad de una memoria que parece borrada. Sin embargo, está ahí y cuando el cuerpo entra en contacto con ella, dispara. Busca un cauce para mostrar de qué esta hecha. Todo silencio tiene un nombre y un motivo. Muchas veces Inpronunciable, por razones de protección. 

Crecí en un entorno de absoluta normalización del maltrato y sobreviví al impacto, de la imposición del silencio. En el colegio en que estudié, todos los días, un niño era víctima de abuso sexual. Ningún adulto parecía darse cuenta. Era un secreto a voces. Decidídamente encubierto, por la iglesia católica y los propietarios del colegio. El agresor no sólo era el director; también, era un diácono que pertenecía a elite y el hombre más influente en Chile, en materia de educación. 

Sus víctimas, muchos de ellos mis amigos, se transformaron en adolescentes depresivos y en hombres, con dificultades para establecer relaciones de pareja. Presentaron consumo problemático de alcohol y drogas, pérdida del control de límites, trastorno obsesivo compulsivo y depresión endógena. Algunos, no sobrevivieron para poder contar su historia. Eso me impactó y me hizo sentir culpable. Aunque no lo era.

Veinte años después de regresar del colegio, cuando cumplí treinta y ocho años, inicié un proceso de transformación personal que me llevó a revisar mi infancia y adolescencia. Comprendí que el contacto con experiencias adversas genera la desconexión del placer de sentise seguro con otro. Descubrí que tenía heridas abiertas y me propuse buscar formas de curarlas. Aprendí Mindfulness y comencé a enseñarlo a otras personas. Volví a encontrarme con testimonios de abuso.

Soy hija de una mujer resiliente. Inmigrante, divorciada y luchadora. Una persona generosa y creativa, con una capacidad de reponerse y encontrar energía para ayudar a los demás, que siempre me impresiona. A sus 65 años está a punto de convertirse en médico. Ella me enseñó que puedo ser y hacer lo que quiera en la vida. Jamás pensó que me lo tomaría tan enserio y me convertiría, en activista.

Mi contexto laboral se construyó gracias a la pasión que siento por la investigación y los caballos. El periodismo me enseñó a buscar y mostrar la verdad; y la doma sin violencia, a superar el miedo a reconocer, comprender y  buscar formas de reparar el maltrato, en donde no sea necesario hablar. Los caballos son mis grandes maestros.

El año 2019, el pasado tocó mi puerta. Decidí investigar. Me contacté con mis compañeros de colegio, les propuse denunciar a quién los agredió y me comprometí a acompañarlos en el proceso. La verdad salió a la luz y ocurió un hecho inédito. El Estado, en un acto de justicia y reconocimiento hacia las víctimas, revocó las distinciones y los beneficios vitalicios que ostentaba el hombre que los había agredido. 

Eso me transformó en Helpfinder. Actualmente,  me dedico a gestionar ayuda para grupos humanos que transitan experiencias adversas. Mis clientes son cuidadores de niños y niñas, que buscan acompañamiento para sanar, reparar y denunciar el maltrato infantil.

Mi misión es tejer redes que posibiliten el abordaje integral del trauma complejo, impulsando la creación de equipos multidiciplinarios expertos en procesos de sanación, transformación y justicia, que proporcionen herramientas de resiliencia transformadoras y repetuosas,  acordes a las necesidades de cada niño, niña y su familia. 

Mi visión es rescatar la infancia, gestando una huella en el presente, que permita proyectar el bienestar de las personas hacia el futuro. Mi rol es administrar el proceso y documentarlo, generar feedback entre quienes intervienen (Familia, Equipo terapeutico y legal), planificar acciones conjuntas y ponerlas en marcha, a fin de alcanzar los objetivos propuestos para cada caso. 

No trabajo directamente con los niños y niñas.  Sin embargo, algunos llegan a conocerme a través del mundo equino, como alguien que ayuda a los caballos y conversa con sus padres, mientras los niños están en clases. Un día, Sofía me vio hablar con su mamá  y me preguntó, ¿En qué trabajas? y  les respondí: escribo libros, ayudo a los caballos cuando sienten miedo y a las personas, cuando tienen un problema”. 

Sofía observó a su madre y luego, me devolvió la mirada. Con los ojos muy abiertos preguntó, ¿tu sabes cómo se sacan los miedos? Le respondí: Los caballos me están enseñando y también, muchas personas que ayudan a los papás y mamás, niños y niñas. Sofía dio un pequeño salto y mostrando una sonrisa, dijo: ¡Podrías escribir un cuento! 

En eso estoy. Voy a contar  historias de procesos de sanación. Primero, el de mis amigos y luego, el suyo. Quiero que cuando sea adulta, pueda recordar como fue su camino de resiliencia y cómo pudo reconstruir vínculos seguros. La única vía posible para celebrar la vida y reconectar con el placer de compartir con otros. 

W-LGBT

Indigo

Medicine woman from the Utah desert.

Working with the direction of Spirit, and the natural intelligence of the human body.

Traveling around the world to bring her book and workshops to as many people as possible.

Women be wild

“If we are really going to be sexually liberated, we need to make room for a range of options as wide as the variety of human desire. We need to allow ourselves the freedom to figure out what we internally want from sex instead of mimicking whatever popular culture holds up to us as sexy. That would be liberation.” -Ariel Levy

Cultural opinions about feminine sexuality range from accusing women of being prudish and mean for withholding sex, to being scheming and manipulative for using their sexuality to seduce and gain power. These skewed and extreme perspectives steer us away from seeing the reality that women, even more than men, have a natural and innate desire to express and enjoy their sexuality. 

A double standard of sexual morality exists condemning sexual activity for women while condoning it for men. We have made women objects of sexual desire but then expect them to be chaste and pure. While men are taught to embrace their sexuality, even flaunt it, women are taught to hide and deny their sexual nature. One of the most shameful insults to a man is the accusation that he is not getting enough sex. For a woman, it is that she is sexually too loose or too easy. For a man, having sex with a lot of women is encouraged, admired, congratulated, and even celebrated, “what a stud!” For a woman, it is shamed, “what a slut!”

Is this really the culture we want? Is it really the story we want to tell?

To address this glaring inconsistency, some elements of society simply condemn and shame sexuality altogether as sinful or evil. These puritanical crusaders would deprive or severely limit both men and women of their natural capacity to enjoy sexual pleasure, by diminishing our ability to appreciate and embrace the natural beauty in our human sexuality, thus, keeping us from living the life we truly desire.

Many people are trapped in this suppressive conditioning without realizing it because it is so normalized in our culture. But normal doesn’t mean good, or even healthy. We can simply accept the 5,000 years of patriarchy and the cultural conditioning we were born into, or we can choose to take responsibility for our part in accepting and perpetuating these repressive and crippling beliefs and values. We can own up to the fact that our internal thoughts and beliefs do in fact create our external experience, and that if we continue to carry these repressive patterns within ourselves, we will never be free. Not only that, but we will perpetuate the damage and keep future generations locked inside the same prison. 

If you have a culture that convinces women that they are less interested in sex than men, when in fact the opposite is more often true, you set women up to feel deviant for having sexual feelings and desires. Shame storms in, leading to denial and suppression, and a host of psychological issues ensue. It is insanity to continue down this road. It is time we turn around. 

Much of our sexual shame develops because of what we have learned to believe about our bodies. Supporting only one shape, one size, one color, one form is to ignore and discount the beauty of nature. In the same way that there cannot be one kind of flower, one kind of tree, one kind of canyon, lake, ocean, insect, beast, or bird- there cannot and will never be one kind of woman. We must reject any idea that tells us otherwise. Do not cheat yourself of the strength and confidence that comes with being unique and different.

Emphasis on the hope or wish for a different size, shape, color, or form, puts your sexuality and thereby your soul, to sleep. Instead, turn your attention to your feminine nature, creativity, and expression. No matter how the female body appears or manifests, it is the vehicle for embodying divine feminine energy, creating and giving life, and expressing fierce love and passion.

Our culture values the body for its beauty and traps the idea of beauty into one form. If we believe that our bodies must look a certain way in order for them to be deemed beautiful or desirable, we spend most of our lives wishing we were someone else. Notice what a severe disconnection this would cause a woman to have from her own body, her individual sexuality, and her feminine power. The Wild values the body for its ability to feel and frees it to exist in all forms. We must stop asking ourselves, “does it fit?” and instead ask, “does it feel?” Your body is not separate from you and your experience. Rather, it is what allows for all of your experience while on Earth. It is what carries your soul through this life and acts as a teacher, mentor, guide, and friend. Your body is not “supposed to be” anything but exactly what it is. The real work is not to change it, but to feel it in every capacity which can only be done through love, acceptance, and presence. 

There is no right or better size, shape, color, or physical expression. I am not here to say that your physical health and performance is not important. It is, but not in the ways we are taught it is. The shape of our bodies is a by-product of the way we move and eat, not the reason we should be moving or eating a certain way. The reason we need to pay attention to what we eat and how we move is that it opens and expands our body’s capacity to feel. Moving our bodies and feeding them naturally, increases our ability to connect with our body and all its senses. What a waste it is to wonder or worry if our bodies are thin enough, tall enough, small enough, curved enough, or good enough. The real questions are, does it feel pleasure and joy? Is it connected to the heart and soul? Does it move, dance, laugh, and play? And do I allow for all of these things to flow through me? Nothing else matters. Take your body back. 

Like our female bodies and our feminine nature, our sexuality cannot be confined to a single rigid form, but instead, depends on your individual, authentic expression to deepen and thrive. Your sexuality is your life-force. All of life finds expression purely and effortlessly within sexual experience. We can be more alive, more awake and more aware while expressing our sexuality than anything else in life. 

Sex and each individual’s unique sexuality is a microcosm of life’s experiences. Our sexual experiences contain all the aspects of life that we struggle with, yearn for, strive to understand, desire to make peace with, and are learning to accept. If we are conscious and aware during our sexual experiences, we will find all of life’s treasures and challenges mirrored back to us.

When I was 20-years-old, I got married. Culturally, this was very normal. Where I grew up, it was celebrated and to some degree expected for girls to marry early. The first time I had sex was on my wedding night. My prior sex education mostly included directions like, “don’t have sex until you’re married” and, “giving sex to your husband when he wants it makes you a good wife.” Looking back, I cringe a little. At the time, however, though it made me feel uncomfortable, I didn’t know any different. Even then, I felt something was missing. My sexual experience in that marriage wasn’t negative, and it wasn’t positive. It lacked luster and emotional connection. What I know now, is that I was experiencing my relationship with myself through my relationship with sex. I was completely disconnected from my feminine roots and because of that, I was disconnected from my body, my desires, and my partner. I see now how this disconnection did not begin and end in the bedroom. Being disconnected from my sexuality meant I was disconnected from my entire life. The most devastating part of this was that I had no idea. It is not something we are taught to be aware of. 

What followed was a marriage that dwindled, and ultimately ended with my then-husband seeking both emotional and sexual connection elsewhere. Afterward, I took time to heal and to redefine myself and what I wanted in life. As I started to date again, I had to completely strip myself of every belief and idea that had been instilled (programmed) by my parents, teachers, peers, and religion surrounding sex. I knew that I wanted a different experience with sex and that in order to have it, my feelings and beliefs about sex had to change too. I had to redefine my relationship with sex. What was right, wrong, good, bad, better, or worse? Was it really wrong to have sex outside of marriage? Was it wrong to have multiple partners? Was it actually better with men, or would sex with a woman be equally fulfilling? I decided to put my faith in my own feelings and experiences instead of blindly following the direction of someone else. I began to trust my own inner authority. This set me free of all expectations. It put me back in charge of my own body, my own mind, and my own outcome.  

I was shocked when sex with a man I hardly knew felt more emotionally connected than it ever had in my previous serious relationship. What was different? The only thing I could come up with was me. I was different. I had to understand more about what was going on in both my internal world and my external experience. That moment set me on a path to discover something I innately knew was missing from both my sexual and overall experience: self-connection and self-realization. 

Without fully understanding what compelled me to move down this path, I continued. I became intensely curious about my sexuality and sensual expression. I was fascinated by how it seemed to awaken something in me that had been put to sleep. Something I needed. Something I loved. Something that made me, me. I know now that it was my soul calling me back to the Wild. For five years my entire experience seemed to revolve around sex, sexuality, sensuality, my body, my femininity, and intimate connections of all kinds. Sex became my teacher. It was the most beautiful, exciting, painful, powerful, frustrating, inspiring, and expansive experience of my life. 

My 20’s were full of sexual experimentation and liberation. It was a quest for freedom. At the time, I thought I was just “having fun.” What I know now is that there was a lot more at play. My body became my personal guide and tool as I pushed my own learned boundaries and confronted every piece of sexual shame I had acquired from my upbringing. I dressed in whatever made me feel beautiful, I had sex with other women, had sex with multiple partners, with people I’d never known, with people I’d known for a long time, and with myself. 

For a time, each of these sexual encounters brought up deeply buried fear and shame of what it meant to be “good”, what it meant to be “happy”, and what it meant to be a woman. Sex stripped me bare in soul as often as it did in body and quickly became my greatest teacher and most honest ally. It taught me how to speak up for myself, how to communicate my needs and desires, how to sink back into my own body, how to let myself feel good, how to let myself be seen, and how to give from my heart. It taught me how to confront my own shadow, how to peel back layers of fear that were never mine, and how to see other people in a real, raw, and compassionate way. 

It didn’t take long for me to learn to choose partners based on the energy they carried and whether or not they shared a mutual desire for sincere connection. It was amazing how my experience changed as I chose my partners based on what I felt in my body rather than what I saw with my eyes. It taught me how to trust and listen to my intuition and more subtle senses rather than relying solely on what was logical or visible. 

Sex, our most Wild, natural urge and desire, was the gateway to my sensual awakening. It was how I reconnected and reclaimed my wild feminine nature. It was the key to unlocking my personal freedom. The only thing that made this possible was my present participation with what was going on in my internal world. I asked a lot of questions, I read new books, and I sat still and quiet for long periods of time using my own experience as a standard of truth, which allowed me to eradicate the stories I had been told by parents, teachers, coaches, television, and magazines growing up. 

The more I tore away the layers of conditioning surrounding my sensual and sexual expression, the more I was able to surrender to my own joy and pleasure by following the path back to my personal truth. My creativity heightened, my relationships were more authentic and fulfilling, and I began to live in bliss because I had freed myself from fears and limitations set by others. 

Your pain is the gateway to your joy. Joy is created when we consciously and energetically transmute our most difficult experiences into our greatest points of power. The pain of repressed feminine sexuality and sensuality was my gateway back into the Wild. There are countless gateways and none are more powerful than the other. What gives a gateway its power, is when you choose it as your personal teacher and guide. When you commit to walking through its fire, you earn the life of your heart’s true desire. 

What my feminine awakening and sexual liberation have shown me, is that sex and each individual’s unique sexuality is a microcosm of our life’s experiences. Our sensual and sexual experiences, no matter how small, shed light on the aspects of life we struggle with, yearn for, and strive to understand. Sexuality teaches us about our desire for belonging, our need to be loved, to be seen, to be heard, and our level of willingness to show and experience vulnerability, courage, excitement, pleasure, pain, acceptance, unpredictability, fear, uncertainty, loss, comfort, and joy.

There is a richness, fullness, and wholeness to life that we reclaim when we remove the ideas and limitations of others and replace them with personal truth found in honest, present experience. I am grateful for my upbringing, but I had to be willing to question it. I had to be willing to push religious boundaries and abandon cultural limits. Just like sex, the experience was a beautiful, magical mess. 

Now, I get to spend my life helping women dis-member old, shameful ideas of what it means to be a sexually, sensually empowered woman, so that they can remember that it is, in fact, their birthright and their greatest gift. 

By exploring your sexuality and fully embracing your unique sensual expression you catalyze a paradigm shift in every other area of your life.

  • Your willingness to fully express yourself between the sheets will manifest as a willingness to be who you really are out in the open. 
  • Speaking up when something hurts during sex, will save you from being silent when you feel hurt in your life. 
  • If you are willing and unafraid to tell your partner how to fulfill your sexual needs, you will be willing and unafraid to do what is necessary to fulfill your desires in your life.
  • If you say, “yes” but mean “no” in bed, you will do the same in the outside world and always feel that people take advantage of you, when it is you who has not made it clear what you will and will not take on. 
  •  

Your sex life is a mirror of your daily life. It will give you the most intimate, and often the most uncomfortable window into what is really going on inside of you. The way you communicate, behave, express, think, and react during sex is a clear indication of how you will speak, act, move, believe, and respond in day-to-day activities. When we are disconnected sexually, we are disconnected totally. 

“The behavior of a human being in sexual matters is often a prototype for the whole of his other modes of reaction in life.” -Sigmund Freud

The more you are disconnected from yourself as a sexual, sensual being, the more trapped you become in limitations that are suppressing and crippling to your true Wild self. Healing and transformation happens when we reject those limitations and reconnect to our natural, Wild state of being. Deep, meaningful, and attentive connection with your feminine sexuality is your path to freedom and empowerment in this world. 

When Wild, erotic energy is harnessed, and when we are expressing our deepest sexual needs and desires, we experience an outpouring of life-force and power. We become vessels for our unique divine purpose and can use this creative energy to develop our communication skills, intuition, personal willpower, and emotional maturity, all of which are necessary to be in flow with the best this life has to offer.

Remember, we can be more alive, more awake, and more aware during sex than nearly anywhere else in life. We have all experienced deep joy in connection during sex, as well as deep pain from disconnection during sex. It is a beautiful, simple representation of the joy and pain available in every area of our lives, dependent on our ability and willingness to cultivate true and deep connection. Though mostly associated with sexual desire, sexual energy is creative energy and with it comes the deep longing for true connection, unity, and balance. Expressed sexuality is an intimate sharing of one’s self in body, mind, and spirit. This, of course, is not confined to expression during sex. Your sexuality can and should be expressed in many areas of your life. Especially in your creative endeavors and expression.

Imagine the difference you would feel if sex was no longer used to mask emotions or abused to suppress your feminine sensuality, and instead was given its rightful place in our lives as an avenue for healing, growth, freedom, and awakening. This is not just about sex itself. You are not “sex-crazed” for giving this topic the time, attention, and energy it deserves. This is about reclaiming your life, your body, and your power. It is about owning who you are and what you can become, and learning to express your truth by connecting with your Wild nature. Ultimately, it is about you setting yourself free because no one else can do that for you.

When you repress your sexuality, your needs, desires, and the wildness inside you, you simultaneously dim and dull your creativity. You shut off the flow of creative life-force you were born to mold and shape. I am not suggesting that the solution is to overindulge and act out sexually with complete abandon. Overindulgence and carelessness with sexual energy and your natural sexuality can and will lead to destructive patterns such as unconsciously seeking outside attention to validate your self-worth. This will damage your own creative process as you leak and waste your creative life-force energy. Once you begin treating sex as an empowering personal practice that deserves your attention, honor, respect, and open, authentic enjoyment, you are automatically led back to your most Wild natural state. 

Sexual freedom and empowerment does not mean having sex with anyone and everyone. In fact, it has far less to do with your partners and far more to do with your relationship with, understanding of, and love for your own sexuality, body, and being. It is about making the shift from external validation to internal fulfillment. Your body deserves your highest respect. When you respect your body, others will respect your body. Your body is intuitive and wise, and it will be your guide if you let it. You give your body its power back by trusting in its knowing. This is where all sexual healing begins; healing from the crippling psychological fear, shame, guilt, and pain caused by a lifetime of cultural suppression and condemnation. Your body can help you release all of that accumulated negative energy and let it go forever. 

Diving deep into your sexuality is the fastest way to reclaim feminine freedom. As I said, this is not just about sex, though it certainly includes it (a lot of it). Sexuality is not even about seduction. It is about being in your own creative power, which is the most seductive thing you can witness in another person. Your sexuality is less about your behavior and more about your state of being. It is a primary component of who you are in alignment with your true nature.

Sexuality is not a leisure or part-time activity. It is a way of being.” -Alexander Lowe

 

In expressing your sexuality, how would you speak if there was no judgment? How would you dress if there were no social taboos? How would you move and act if there were no critics to shame you? What would you embody if you could be whatever you truly wanted? How would your Wild nature and sensual desires become a natural, exciting, and fulfilling part of your daily life?

As a woman, regardless of sexual preference, when you are cut off from your sexuality you are cut off from your power, your spirit, your art, your desire, and your joy as a muse for this world. Some forms of feminism insist that we take back power, but a masculine form of power, causing us to lose our wild feminine life-force. When we separate from this feminine power, we detach ourselves from our nature. Without this connection, we are less able to inspire and move the world. 

 

“The woman’s mission is not to enhance the masculine spirit, but to express the feminine; hers is not to preserve a man-made world, but to create a human world by the infusion of the feminine element into all of its activities.” -Margaret Thatcher

If you truly want freedom, you must release your fears surrounding your feminine sexuality and surrender to your Wild nature. By nature, you are free but were born into a world where you have been tamed and taught to suppress your innate power and presence. 

Sex can be a powerful evolutionary tool because it shows us where we are on the path to self- realization; the fulfillment of our potential. It can help us overcome fear and limiting conditioning as we allow ourselves to experience and surrender to true physical and emotional joy. If you are experiencing any sort of fear, shame, guilt, lack of expression, a stifled voice, tension in the body, or overall denial of yourself and soul in the bedroom- you are without a doubt, experiencing the same things in your everyday life. When you allow yourself to experience full openness, freedom of expression, fearless desire, uninhibited pleasure and play, and devotion to your own needs and your partner’s, you will begin to harness sexual energy, mindful presence, and flow in the bedroom that will spill into every other available life experience.

“Sexuality is one of the ways that we become enlightened, actually, because it leads us to self-knowledge.” -Alice Walker

Owning and exploring your sexuality is really about personal evolution; an awakening and embracing of your own Wild power. For years, I “performed” in the bedroom. Sex was not only a way of seeking validation from men, but was also a place I felt I had to look, sound, and behave a certain way to be considered “desirable” or “sexy”. This had far less to do with the men I was with and far more to do with what my culture had taught me about my role in sex and romantic connection as a woman. 

Fortunately, I eventually found myself with a partner who was present, sensitive, and aware enough to say, “Relax. You don’t need to suck your stomach in.” At that moment, I felt more seen and held than I ever had in my life. What they were really saying was, “Breathe. You’re safe with me.” It was such a simple moment, yet so powerful and profound. Its power came from my partner’s willingness to speak and my willingness to respond authentically. From that point on I chose my sexual partners differently. I asked, “do I trust this person?” instead of, “does this person turn me on?” I learned that as women, we do not need to be “turned on” to have good sex. We need to be opened. It is still possible to have bad sex with a partner who “turns us on.” But a partner who helps us feel safe, relaxed, and open… only good can come from that. This opening happens when our partner is gentle, patient, and worthy of our trust. We are opened by people who can hold us authentically in these intimate and vulnerable experiences. We open when we are seen and accepted. We open when we feel safe to love ourselves exactly as we are.

Since that day, I dropped the act in the bedroom and began to attract a different kind of partner into my life, a partner who was looking for a more meaningful, connected experience and who truly wanted what I brought to the experience, not what I had seen someone else bring to the bedroom on T.V. or in a porno. When I was having mediocre sex, it was never because the person I was with lacked anything. It was because I had a mediocre connection to my own sexuality. I lacked personal depth and intimacy. You can only connect, feel, experience, surrender to, and meet another person as deeply as you have connected with, felt, experienced, surrendered to, and met yourself.

Want to have better sex? Dive deeper. Cultivate personal trust and intimacy.

“Sexuality is not a thing, an act, or a behavior, but rather a state of being who you are, what your nature is.” -Julie McIntyre 

 

How willing are we to express ourselves and our true desires?  How willing are we to let go of fears and expectations so we can move past insecurity and into joy? Can we trust ourselves and our partner? Can we surrender to our Wild physical and emotional longing for connection so we can meet in the ultimate presence of love?

 

I have learned that in order for this to happen, we must eradicate our sexual shame and reclaim sexual freedom. There seems to be a misconception that our culture must change first before we can begin to live more freely in our sexuality. This is absolutely untrue. The only way a culture changes, is when individuals remember that the power to change lies always and only within them. Ask yourself, “Am I having the connected experiences and sexual fulfillment I want to have?” If the answer is no, only you have the power to change that. The same applies when you ask, “Am I living the life I want to live?”

Our culture has used morality to suppress our sexuality, but our sexuality is what makes life worth living. In fact, it is life itself. Returning to our Wild nature and embracing our feminine sexuality means that we must do more than agree that this is true, we must live as though we know it. 

-Sex & Sexuality, Woman Be Wild

W-LGBT

Leonor de Oliveira

Psicóloga e terapeuta sexual.

Ateia comprometida, cientista convicta.

Galdéria crónica em busca da libertação pelo prazer.

A Corneta

 

Não pensei muito sobre o que significa ser mulher até à idade adulta, mas não tenho dúvidas que aprendi a sê-lo muito precocemente. Na creche, quando usava cabelo muito curto e vestia orgulhosamente o meu fato de treino das tartarugas ninja, a minha educadora Ofélia contava à minha mãe: “A Leonor é tão feminina! Pode vestir-lhe o que quiser que parece sempre uma rapariguinha”. Não sei se foi bem assim, afinal estava na primeira infância, mas imagino que a minha mãe tenha desvalorizado estas palavras tão depressa como albergou pensamentos hiperativos sobre o autocarro a apanhar comigo e com o meu irmão Pedro, o jantar que tinha de ser feito, a mãe que estava doente, o meu pai a que horas chegaria, e se tinha que passar na Dona Graciete para comprar alguma coisa – enfim, um sem número de preocupações que não incluíam a minha educação em curso nisto de ser mulher (que é calar, obedecer e cuidar). No fundo, um adestramento que não é mais do que a aprendizagem do adiamento dos desejos, das vontades e dos prazeres. Fui uma ótima aluna.

Não muito mais tarde, aprendi que tinha que “sofrer para bela ser” e que isto implicava sobretudo garantir que não engordava. Fiz a minha primeira dieta aos 10 ou 11 anos, que consistia basicamente em comer muesli (que eu não gostava nada) em vez de pão. Como sabia mal, devia fazer bem, pensava eu, e assim talvez conseguisse evitar as curvas da menarca. Uma vez mais, fui uma aluna exemplar: aprendi que o meu valor era tão maior quanto mais desejável fosse aos olhos dos outros.

No panorama geral das coisas tive muita sorte. Tive pais casados, o melhor babysitter do mundo (sim, um babysitter homem), amigas e amigos incríveis, uma casa cheia de livros e de gatos, além de que fui sempre uma rapariga na norma – o que facilita tudo. Em suma: tive o privilégio da classe média branca e adaptei-me bem ao que era esperado de mim (ser bonita e bem-comportada). Ainda hoje navego o mundo sem grandes preocupações por causa de todo o meu privilégio, por causa do meu poder. E hoje pedem-me para escrever sobre empoderamento sexual.

A necessidade de empoderamento só existe porque o seu contrário é interiorizado a partir do momento em que uma educadora de infância valida o recato e a compostura como características inalienáveis do feminino; só existe porque nos ensinam aos 10 anos ou antes que é imprescindível sermos desejadas (apenas para nos culparem mais tarde das violências perpetradas sobre nós, fruto do desejo dos outros); só existe porque continuamos a acreditar que é através do empoderamento individual que nos libertaremos do machismo, da misoginia, do racismo e da pobreza. Esta lição já me recuso a aceitar.

Sexo é indissociável do género em que fomos socializadxs, mas também o é do nosso estatuto socioeconómico, etnia e orientação sexual. Escrevo este texto para uma plataforma excessivamente branca, excessivamente rica, excessivamente magra, excessivamente cisgénero. Não vejo muitas diferenças entre nós, e as que existem serão possivelmente de ordem política. Não vejo irmãs gordas, irmãs trans, irmãs negras, nem irmãs trabalhadoras do sexo. Aprendi tardiamente, toldada pelo meu privilégio, que se não dermos a estas irmãs o espaço que delas é estamos a falhar no movimento de libertação feminista.

Ser feminista não é ser feminina. Não é ser sexy, nem é ser desejável. Ser feminista é ser sexual e procurar o prazer (o nosso, não o do outro). Ser feminista é ser contra o patriarcado e ser contra o patriarcado é ser contra o colonialismo e contra o capitalismo. É, sobretudo, percebermos que o “empoderamento” não é para todxs e que colocar o ónus nas mulheres, individualmente, é uma falácia meritocrata que nos põe ao serviço do opressor. Não basta soar a corneta do feminismo e esperar que as mulheres oprimidas se levantem e reclamem os seus direitos. A maior parte das mulheres estão historicamente afundadas em areias movediças de cansaço e de trabalho. Podemos tentar içá-las, uma a uma, mas voltarão a afundar-se. O problema é o pântano, não a falta de mãos para ajudar ou das bocas que sopram cornetas.

A corneta andava a ecoar há muito tempo quando eu eventualmente a ouvi, longe e sumida. Talvez tenha sido quando tive o meu primeiro orgasmo. Continuei a fazer ouvidos moucos e voltei a ouvi-la, clara, ensurdecedora. Foi quando percebi que só seria realmente livre para reclamar prazer, se garantisse que todxs podiam fazê-lo.

Para isso temos que libertar primeiro os corpos. Temos que acabar com a exploração laboral, com a desigualdade social, com o racismo e com o preconceito contra pessoas LGBTQIA+ (já falei do patriarcado, não já?). Temos, obviamente, que acabar com a ditadura do corpo, mas, com igual urgência, que acabar com os entraves à autodeterminação sexual. Estou a falar especificamente do direito à interrupção da gravidez, dos direitos das pessoas transgénero e dxs trabalhadorxs do sexo.

Estou comprometida com uma sororidade de prazer sexual porque acredito que a liberdade sexual é para todxs. Para alcançá-la não basta mudar educadoras de infância e muito menos responsabilizá-las pelos males que são do patriarcado. É preciso que coletivamente nos unamos para acabar com os fenómenos pantanosos num bonito orgasmo simultâneo global. Eu sigo lutando, um orgasmo de cada vez. Sei, porém, que enquanto não ouvirmos gemidos de prazer num uníssono mundial, não seremos realmente livres. 

Sugestão de livros:
Não serei eu mulher? Bell Hooks
Becoming cliterate. Laurie Mintz

Sugestão de música:
Isto de ser mulher. Catarina Munhá
W-LGBT

Alícia Ferreira

Enfermeira, Terapeuta Holística, Coach e Terapeuta de Tantra & Sexualidade Consciente

Amante da Natureza e de Viagens a solo. Destemida.

Alegre. Divertida. Amante do Prazer de Viver.

Curiosa. Aprendizagem e Amor é o que me faz mover!

Pode o Tantra e a Sexualidade Consciente ser um caminho de Empoderamento?

Sexualidade! Incrível como no século XXI esta é uma temática que continua ainda a ser um grande tabu na sociedade sendo que é um ato tão natural e a única forma de perpetuar a espécie humana!

Na perspetiva da religião católica (em particular), o ato sexual só é aceite como digno se tiver como objetivo a procriação da espécie humana, o que na minha perspetiva traz uma visão demasiado redutora da sexualidade, e que é responsável pelo peso das crenças limitantes que tem criado ao longo de séculos.

É de salientar que a própria religião (agora referindo-me à maior parte delas) surgiu dentro de uma sociedade em que o patriarcado já estava estabelecido como sistema regulador hierárquico. Ambos, são então responsáveis pelo tabu criado quanto à sexualidade. 

Desde a submissão natural da mulher e disponibilidade à vontade do homem para o ato sexual (tanto voluntária como involuntária) passando pela imagem de mulher “recatada” (ideal para o casamento) que não se deve vestir de forma ousada, ou até demonstrar iniciativa ou motivação para o ato sexual (caso contrário será considerada uma mulher leviana e imprópria para casar), até aos casos de mutilação genital feminina ainda muito presente em todos os continentes, como tentativa de controlo de possíveis comportamentos libidinosos por parte das mulheres assim como aos atos de violação (ainda tão frequentes por todo o mundo) – podemos ver as consequências drásticas que tanto o patriarcado como a religião têm tido na vivência da sexualidade por parte das Mulheres. 

Partilhando um pouco da minha experiência pessoal, desde pequena que rapidamente percebi as diferenças entre géneros na sociedade, apontando e questionando todas as formas de injustiça no que diz respeito ao papel e direitos da mulher. Por reconhecer a limitação de poder que o género feminino alcançava na sociedade, a minha forma de “revolta” (na altura inconsciente) foi inserir-me e identificar-me com a forma como os homens vivenciavam a sua vida. Não me masculinizei, mas privilegiava o tempo passado com os meus amigos (rapazes), comportava-me de forma descontraída e brincalhona como eles o faziam, saía à noite tão frequentemente como eles e cometia excessos tanto ou mais que eles. Quanto à sexualidade, normalizei a vivência da minha sexualidade de forma livre e sem preconceitos, tal como eles o faziam. Procurava demonstrar que ser mulher não era impeditivo de ter os mesmos direitos que os homens.

O que eu não tinha consciência na altura, era que eu própria não reconhecia as vantagens de ser mulher, não reconhecia o poder do género feminino, não valorizava os meus ciclos menstruais nem honrava o meu feminino …quantas vezes afirmei “quem me dera ser homem!”

Relativamente à expressão da minha “liberdade sexual”, nessa altura considerava que era poder decidir com quem e de que forma desejava interagir com os parceiros que ia tendo. Mal sabia eu que por baixo desta aparente liberdade sexual, viviam latentes as crenças limitantes tão bem impregnadas pelo sistema patriarcal. 

Foi quando o Tantra chegou à minha vida que percebi o quão enraizadas (e ocultas) estavam estas crenças nas minhas redes neuronais.

Segundo o que aprendi com o mestre Anand Rudra no primeiro curso de Tantra que fiz na Dinamarca em 2018, o Tantra é uma filosofia de vida criada há mais de 10.000 anos que se baseia num caminho de crescimento interior e espiritual, de empoderamento pessoal, de libertação de bloqueios e crenças limitantes, com consequente expansão da consciência. Através de um mergulho interior, o Tantra possibilita à pessoa reconectar-se consigo mesma, com a sua verdade e com o seu corpo, assim como ajuda a ampliar a forma como os nossos sentidos percepcionam a realidade e ensina-nos a viver a vida de uma forma mais prazenteira, mais simples e em harmonia com o nosso verdadeiro “eu”. 

Se conheces bem o teu corpo, se te permites descobrir o que gostas e quais os teus limites, assim como observar a origem dos teus bloqueios, podes de uma forma consciente desconstruí-los e expandir o prazer a que podes ter acesso, seja na relação contigo mesmo, seja na relação com o outro. A verdadeira presença, intenção, conexão e abertura são conceitos trabalhados pelo Tantra, fundamentais para a vivência de uma sexualidade consciente e prazenteira.

Claro, que a partir deste momento, percebi o quão deturpada estava a visão que tinha sobre a forma como eu própria vivia a minha sexualidade. 

A par do caminho de despertar de consciência que fui trilhando ao longo dos últimos 10 anos, o conceito de viver a sexualidade de forma consciente foi fazendo cada vez mais sentido. Foi então que, no início da quarentena em 2020 (estava eu a viver no México), tive a oportunidade de fazer uma imersão profunda nos meus estudos dentro da temática do Tantra e da Sexualidade Consciente, que me ajudou a expandir toda a aprendizagem, e onde pude aprofundar conhecimentos, conhecer novos professores, por em prática várias técnicas aprendidas, e que, ainda sem saber, estava a dar um novo rumo à minha carreira profissional.

Trabalhei o meu amor-próprio, cultivei a minha valorização pessoal, aprendi a estabelecer limites saudáveis, vi a minha auto-estima e auto-imagem serem incrementadas, Empoderei-me! Hoje escuto a minha intuição, ouço o meu corpo, honro e estou em sintonia com os meus ciclos menstruais, descobri o poder da energia sexual para me sanar e criar a minha realidade – fiz as pazes com o meu sagrado feminino. Redescobri a Deusa que existe em mim!

Quando se entra no mundo do Tantra e da Sexualidade Consciente, começa-se a trabalhar com o corpo físico, mental, energético, emocional e causal. É uma viagem de regresso a casa, de retorno à verdadeira essência, em que a busca é interior. É um mergulho no lado sombra para redescobrir a luz, é a dissolução da dualidade e um caminho é de volta à unidade. Poder redescobrir o prazer através dos sentidos, poder desenvolver capacidades extrassensoriais, poder experimentar outro tipo de conexão além do corpo físico e experienciar um orgasmo para além do sexual.

O potencial de prazer que podemos alcançar é muito mais abrangente que um simples orgasmo sexual. Orgasmos energéticos são sentidos por todo o corpo, e quando alcançam os chakras superiores, são capazes de libertar traumas e levar-nos a estados elevados de consciência, jamais acedidos por um simples orgasmo sexual.

Este mergulho permitiu-me aceder a experiências como estas e perceber o impacto que têm tido na minha vida. Descobrir o poder da energia sexual e a capacidade de cocriação da nossa realidade é abrir portas ao campo das infinitas possibilidades, em que o que nos é conhecido e familiar deixa de ser um limite, mas antes uma porta que se abre para o que nos é transcendental e desafiante. 

Claro que perante tal esplendor e descoberta, seria egoísta não partilhar com os demais esta sabedoria. Observando a mudança profunda que foi acontecendo no meu ser e que se foi reflectindo na forma como ia construindo a realidade à minha volta, percebi que era urgente e necessário partilhar o meu caminho de empoderamento com outras mulheres e ajudá-las a revolucionar não só a forma como vivem a sua sexualidade como também como se sentem no seu papel de mulher na sociedade. 

Foi então que decidi criar um Programa de Transformação e Empoderamento da Mulher através do Tantra e da Sexualidade Consciente, que tem trazido resultados incríveis nas mulheres com quem tenho trabalhado, primeiro individualmente, e agora em grupo.

Recentemente, comecei também a trabalhar com alguns clientes homens que decidiram vulnerabilizar-se para se empoderar. Porém, o meu foco principal continua a ser o sagrado feminino e a reconexão com a Deusa que vive dentro de cada uma de nós!

A pessoa que decide mergulhar neste mundo e empenhar-se no seu caminho de cura, tem oportunidade de (re)significar conceitos limitantes, de transmutar padrões e de se abrir a novas experiências. Uma pessoa livre de tabus, de preconceitos, de crenças limitantes, sem medo, sem culpa e sem vergonha, que tenha amor-próprio, auto-valor e respeito por si mesma, pode abrir-se de forma mais plena para uma sexualidade mais aberta, para relações mais conscientes, e por fim para uma vida onde o Amor é a base e o motor que a faz mover.

Costumo dizer que estou na minha segunda vida! A Alícia de há uns anos atrás já não é a mesma, aprendi a aceitar-me a mim mesma, a ser verdadeira comigo própria e reinventei-me na forma de viver a vida e ajudar os outros. Dei uma volta de 180 graus na minha vida. Antes era enfermeira e trabalhava num hospital, mas vivia limitada e insatisfeita com o que fazia. Hoje tenho oportunidade de trabalhar de acordo com as minhas crenças e de fazer o que me apaixona verdadeiramente, contribuindo para o despertar coletivo da humanidade em comunhão com a nossa natureza primária, em que tudo o que existe provém da energia mais criativa no universo – a energia sexual! 

Poucos são aqueles que se atrevem a ir além dos seus limites e conhecer o poder interior que carregam para transformar as suas vidas. E tu, será que estás preparado/a? 

Referências:

Documentário recomendado: “Woman”, de Yann Arthus-Bertrand e Anastasia Mikova 

W-LGBT

Sacha Robalo

Mãe do António Maria, filha da Milita e do João Maria…
Signo Sagitário.
Portuguesa de nascença, Berbere de coração.
Viveu no Deserto do Sahara.
Designer de viagens em Marrocos.
Nómada por convicção, viajante por opção… aventureira por paixão!
Ama viagens sejam elas físicas, mentais e psíquicas… E acreditem, faz  muitas viagens sem sair do lugar.
Não perguntem a que horas vai chegar, normalmente nem sabe a que horas vai sair !!!

Travessia do Deserto

Como boa Sagitariana , confesso que aceitei este convite no momento em que ouvi a palavra “Desafio”… Antes mesmo de perceber o tema, o assunto ou mesmo o formato do deveria desenvolver ! 

Sou Sagitário… ascendente Carneiro, sou fogo e raramente ouço e processo a informação antes de tomar a decisão,  antes de puxar atrás o arco e atirar a flecha para bem longe, para depois cavalgar, cavalgar e cavalgar  atrás do objectivo…

Não quer dizer que não racionalize e analise posteriormente, mas na verdade internamente e no meu âmago.. a decisão já está tomada… 

Desafios são de longe o que me apaixona, o que me move e me faz crescer ,sair da zona de conforto e sentir-me viva!

Sexo? SEXO? sexo? É este o tema sobre o qual aceitei escrever?

OMG, o único tema no qual esta minha característica fantástica ( acho eu a maior parte das vezes) …não se aplica.

Como é que eu faço isto?

Quem me conhece bem, conhece uma Sacha extrovertida, brincalhona, contadora de histórias e “partilhadora” de experiências… 

E jamais, jamais me ouviu partilhar algo íntimo, pessoal, que tenha a ver com algum tipo de experiência acerca do tema Sexo… até há muito pouco tempo. 

Socialmente extrovertida, profissionalmente segura … O que faz com que alguém com estas características de acção, acção, acção tenha um comportamento tão submisso na intimidade???  Ainda não descobri, mas sinto-me grata de poder finalmente conseguir começar a quebrar as barreiras com as quais vivi toda a minha vida e os muros que fui erguendo à medida que cresci.

Sexo deixou-me até há bem pouco tempo, desconcertada, desconfortável, vulnerável e com uma sensação de pânico…Pânico de não saber, de não cumprir as expectativas, de que o outro não cumprisse as expectativas, mas acima de tudo de não controlar todo o processo.

Se existem em mim características de fogo, de impulsividade, de “bora lá.. bora lá…” os momentos de intimidade, para mim, eram na verdade intimidantes…

Como se o fogo desse lugar às cinzas… e momentos de prazer tornavam-se processos mentais, jogos de manipulação e tentativas frustradas de pensar ao mais ínfimo detalhe a movimentação seguinte…

Penso e repenso e estudo o processo a cada momento, e por algum motivo a minha mente não tem um botão de switch off e não consigo que ela não interfira no processo.

Um processo inconsciente, sem me aperceber nunca de que também neste campo existe a possibilidade de “go with the flow”… Como faço com tudo o resto na minha vida.

Vivi esta realidade como se fosse natural, a normalidade, e sempre dentro da minha cabeça, sem nunca partilhar ou questionar ou pôr em perspectiva.

E fui vivendo as experiências sexuais da melhor forma possível, fazendo o melhor que sabia em cada momento, mas sem nunca sair da minha estrutura mental.

Olhando para trás, e já tendo iniciado algum processo de autoconhecimento e terapia, consigo agora identificar alguns momentos em que este comportamento já era normal em mim. 

Desde muito miúda me recordo de querer muito fazer parte do grupo de meninas bem comportadas, sem nunca perder o controle, e que nunca daria a ninguém razão para comentários menos próprios.

E assim cresci, com esta sensação de falsa segurança de que se não te entregares e estiveres sempre em controlo na intimidade, não tens surpresas desagradáveis. Orgulhosa defensora de que a mulher deve ter um comportamento discreto, ponderado e low profile. Como a canção do Marco Paulo: ” Uma lady na mesa” , mas sem a parte do “uma louca na cama” !!! 

E o universo, sábio, foi-me colocando desafios cada vez mais óbvios, mais duros, fazendo-me questionar esta premissa de forma cada vez mais violenta. 

E fui percebendo, que este estandarte, esta bandeira que eu carregava com tanto orgulho e certeza, não era nada mais do que uma prisão mental, dolorosa e castradora. 

Se for honesta, tenho que admitir que durante anos a fio, critiquei e julguei as pessoas que passaram na minha vida e que tinham comportamentos diferentes dos meus… 

Não por maldade, mas quase com uma pontinha de arrogância. Recordo-me de uma das frases recorrentes nas conversas: ” Ah , eu? Eu não, nunca, nunca tive um “one night stand”… Sexo com alguém que no momento não fosse o tal com que iria passar o resto da vida?!  Eu ?! Tive muito poucas relações e sempre sempre sérias ( e dramáticas, diria eu agora, já com distanciamento).

Estranhamente, o foco das minhas observações foi sempre o comportamento feminino. Quando no fundo, no fundo, eu é que não era honesta nem tinha coragem  para romper preconceitos. 

Eu é que me sentia uma alien, à procura das peças do puzzle, a tentar encaixar uma peça circular num espaço em forma de quadrado.. 

Sem me dar conta de que quadrada era eu e a minha forma de ver e vivenciar o sexo, o papel da mulher na intimidade.

Tomar consciência  de que as experiências, todas elas são válidas, sejam elas vividas com respeito mútuo e alinhadas com a tua essência ! 

Que existem conexões que não se explicam, não se racionalizam, sentem-se nas entranhas… vivem-se momentos de partilha únicos quando finalmente a mente se cala e tu te permites só ser, estar, no momento.

Sei também que estas palavras soam a cliché, e que o são. 

Mas que cliché tão delicioso e libertador, construir uma relação de confiança e permitires-te sem filtros partilhar as tuas fantasias, os teus desejos e finalmente desligar a mente nem que seja só por instantes para usufruir do momento!

É um processo… estou em processo, e irei continuar… E digo-vos que no meu caso, foi necessário literalmente atravessar o Deserto do Sahara para chegar aqui…. E que valeu a pena cada tempestade de areia !

Marhaba

Boas-vindas, às mulheres que já iniciaram o processo, às que irão iniciar, às que desde cedo o fizeram inconsciente e tranquilamente !

W-LGBT

Coming up

September, 28

#7 FREEDOM

find our previous issues on the top menu
and if you wish to share your story
or any comments, contact us at

design by FalcaoLucas

© womanity.world. All rights reserved