Let’s look at us, women, for a moment.
In fact, let me invite you to take more time than a moment, and reflect on how we see, treat and think of other women.
History has shown that it was easy to build competition among us; you know the saying: a lie told many times becomes the truth. And so we were told not to like our bodies, to compare ourselves to others, to see another woman as a possible threat, to be quiet and delicate instead of loud and strong (as if they were mutually exclusive), to fear aging, to crush our self worth and live in a constant impostor syndrome…
We know all this, don’t we? We know it, and yet, we think we fight it by saying that we’re against it.
Well, ladies, it’s not enough. Saying is not enough.
Saying is good, but it is almost like when you point the finger to someone else before thinking how it can apply to you. And the truth is, we participate in the game, we still do, conscious or unconsciously.
We do it when we still educate boys and girls in a different way in what concerns the chores at home. We reinforce it when we criticize our girls because of their weight, their way of dressing or their ways of expression.
We are part of the game when we easily say nasty things about other women, and especially when we do not stop to think how those comments are just a translation of our unworthiness, our jealousy or our envy.
We contribute for it when we allow a man to interfere in our friendship: have you noticed how many women become isolated from their group of married friends when they decide to divorce? Have you noticed those occasions when a ‘good’ friend of yours makes you feel transparent in the presence of a man she is interested about?
And the list goes on.
We may not like it but this issue is all about this: the way we still are not SISTERs to one another.
Being a Sister does not mean we condescend with everything another woman does. Not at all: it means that we consciously do not contribute to the game of patriarchy.
The first way to step out of it is to go deep inside yourself and become aware. Aware of what you do, aware of your conditioning, aware of the state of your level of worthiness.
I’ve become aware of how I still am unbalanced in what regards the distribution of the family tasks (thank you Laura Sagnier for ever calling my attention for this!), I constantly remind myself not to do my younger son’s bed, clean up his room or tire myself by not asking for help in the kitchen. And still, I do fail, have to go back and poke me, once again.
I sometimes think the Universe has gifted me with two sons just because of this: to become conscious of the important task of educating men in equality, and get ready for my future granddaughters to find me more liberated.
I didn’t have a lot of female friends when I was a teenager: the competition was too fierce, my self worth wasn’t that strong, and my parents (thank God!) educated me in total respect for friendship. Now, at 57, I am proud to say that I have a group of amazing female friends that I consider my sisters. I am happy and I know I will welcome much more.
But still, I am not happy. The real game changer for me will be the moment compassion and understanding will grow amongst us, women, the moment in which we finally will proudly embrace the responsibility for transformation to the occur.
Are you ready to start a new game, Sister?
♥
Irmã mais velha.
Mãe de 4.
Professora, adora viver no campo, ler, caminhar e ocupar as mãos com tudo o que seja ” saber fazer” de antigamente.
Irmã do meio.
Mãe de 3.
Leitora insaciável.
Mediadora cultural no Arquivo Municipal de Lisboa.
Aprendiz esforçada de línguas inúteis.
Irmã mais nova.
Mãe de 3.
Mediadora cultural e artística freelancer. Apaixonada por museus, palácios, oficinas de artes para miúdos e caminhadas à beira mar.
Pedem-nos para falar sobre o que é sermos mulheres e irmãs no mundo de hoje. Não sabemos bem o que dizer, simplesmente é o que somos. Além de irmãs, também fomos filhas, somos mães e mulheres de alguém…
Fica bem (e é verdade) dizer que uma irmã não é necessariamente uma irmã de sangue, que há irmãs com quem criamos uma relação de intimidade e que nos acompanham pela vida fora, que até podem ser nossas almas gémeas…
Mas a intimidade com uma irmã de sangue é outro nível. Nascer, crescer, viver juntas, sempre com o olhar e a presença umas das outras para nos apoiar (e deitar abaixo!).
É cliché dizer que é uma pessoa com quem partilhamos tudo (cá em casa até houve uma vez um namorado…). Partilhamos pai e mãe, avós, tios e primos, quartos, armários, e casas de banho. Partilhamos caretas, brinquedos, pratos de esparguete e gelados, gostos e desgostos, desportos e séries de televisão, puzzles, momentos críticos e para rir, sustos, pesadelos, roupas, brincos, cadernos, mochilas e livros – nada é verdadeiramente de uma ou de outra, é de todas (ou vai ser!).
No nosso caso, infelizmente, já partilhámos também os momentos finais dos nossos pais e a saudade; isso faz-nos dar um valor ainda mais precioso umas às outras. Como se lida com esta ausência sem ter com quem a partilhar? Como se desfaz uma casa cheia de memórias sem ter com quem chorar e rir ao rever objetos e bilhetes há tanto perdidos?
As irmãs são quem nos levanta quando nos sentimos em baixo, e quem nos segura os pés no chão quando achamos que somos as maiores. Quando saímos para o mundo, já não há nada que nos possam dizer… Para o bem e para o mal, se não houvesse mais ninguém no mundo, também não nos fazia falta, entre as três somos um ecossistema bastante completo.
Nascer numa casa de mulheres molda a nossa forma de ver o mundo, e vai influenciar o modo como nos relacionamos com as outras mulheres com quem nos cruzamos ao longo da vida. O apoio incondicional, a partilha, a admiração e respeito pelas decisões mesmo quando nem concordamos, o estar lá para a outra incondicionalmente, quer seja para um ombro amigo, um conselho sábio ou um tampão. Crescer com outras mulheres fez-nos ver que não há duas iguais, e que todas temos coisas boas mesmo quando achamos que não.
Uma irmã é uma espécie de espelho distorcido em que nos revemos, um exemplo que seguimos e rejeitamos, um modelo que plasmamos em todas as amigas que ganhamos ao longo da vida.
Toda a vida ouvimos a nossa mãe dizer que sempre quis ter só filhas mulheres, e o nosso pai dizer que nem se imaginava sem o seu “harém”.
Nós não sabemos o que é ter um irmão, e é verdade que secretamente todas quisemos ter um filho homem (para variar!) – mas também é verdade que sempre quisemos ter filhas mulheres, e com elas perpetuar esta relação tão especial, complexa, plena e única que faz parte de quem somos.
Irmã mais velha
Sendo a mais velha, posso dizer que desde cedo senti a alegria da sua existência, a par com a responsabilidade de olhar por elas, de as proteger, de as orientar. Nunca ninguém mo pediu, estava implícito. Nem sempre foi fácil, mas nunca me ocorreu demitir das minhas funções. O que também nunca me ocorreu foi que iria aprender tanto com elas ou que elas me iriam moldar como fizeram!
A Filipa, filha do meio e em pequena dona de um génio terrível (que felizmente acalmou…), ensinou-me a negociar, a arranjar estratégias para chegarmos a acordo, porque desde cedo me mostrou que era pura ilusão a ideia de ser eu a mandar por ser a mais velha. Na verdade, eu fazia tudo para não provocar a sua fúria. Veio ao mundo para mandar e se rebelar. Também seria suposto ser eu a defendê-la, mas na realidade era ela que ameaçava matar quem se metesse comigo na escola. Desde cedo, desenvolvi as tais estratégias de acordo para evitar conflitos e cedências humilhantes. Tinha de ser tudo dividido e previamente definido para que ela não fizesse uma birra e eu não me visse forçada a ceder. Qualquer infração da minha parte dava direito a valente dentada ou puxão de cabelos.
Uma outra caraterística dela que me fez crescer foram os longos, enervantes anos em que me imitava em tudo. Lembro-me de ter a sensação de ser levada ao limite, uma vez que eu não via nisso um elogio, mas antes uma perseguição. Era desesperante querer alguma coisa e saber que não a ia conseguir porque assim que a alcançasse, ela também a ia reclamar.
Apetecia-me abaná-la mas a mãe foi firme e disse-me, muito claramente. “ – Tens de arranjar maneira de aprender a lidar com isso, não esperes que seja ela a mudar.” Assim foi. Aprendi a gerir irritações, ciúmes, revoltas, humilhações e, não só cresci, como ganhei uma amiga para a vida. No entanto, só me apercebi disso muito mais tarde, na adolescência, quando nas aulas de vela, nosso desporto preferido, nos propuseram fazer tripulação juntas. A nossa primeira reação foi obviamente revirarmos os olhos, ambas a antever épicas discussões por eu, ao leme, lhe dizer para fazer algo e ela responder “- Não penses que mandas em mim!”. Foi surpreendente ver que nos conhecíamos tão bem que nenhuma precisava de dizer nada, ambas fazíamos o que tinha de ser feito, em pura sintonia. Eu, introvertida e pacífica por natureza, não estaria certamente bem preparada para o mundo se não tivesse tido esta irmã! E adoro-a por isso tudo!
Com a Mariana, a mais nova, a infância foi pacífica: desenvolvi o meu lado mais maternal, aprendi como é importante manter a calma quando um bebé tem uma crise de cólicas, como dar a papa sem que me arrancasse a colher da mão, a superar o meu horror a sangue e ir procurar ajuda quando partiu a cabeça e só me apetecia desaparecer… e, mais tarde, a ter muita paciência para lidar com adolescentes. Graças às suas acusações “não percebes nada de nada!” as atitudes semelhantes por parte dos meus filhos não me afetaram minimamente. Eu já as tinha ouvido e sabia bem que era uma chata e, ainda por cima, irritante porque acordava bem disposta e, imagine-se, lhe dizia bom dia!!
Irritações e adolescência à parte, a nossa mais nova é alguém que constantemente nos chama a atenção para o modo como fazemos as coisas e que me faz questionar se o que faço é verdadeiramente o melhor que posso ou se me terei inadvertidamente “instalado” numa versão mais cómoda mas não tão boa de mim própria… Algo que, obviamente, considero precioso. Simultaneamente, é alguém que escreve coisas extraordinariamente ternurentas sobre nós e que esteve ao meu lado no pós-parto dos filhos mais velhos, época complicada na vida de qualquer mãe, um apoio que nunca esquecerei, nem mesmo se um dia ficar tonta ou se chegar aos cem anos.
Com estas irmãs, serei sempre a mulher mais rica do mundo. E nunca desistirei de tentar ser a melhor irmã mais velha, mesmo correndo riscos de revolta. Todas as pessoas merecem irmãs assim e, se não as têm de sangue, espero que encontrem pelo menos uma amiga que desempenhe esse papel. Juntas somos seguramente muito melhores!
Irmã do meio
A irmã do meio sai moldada por imitação e oposição, uma mistura explosiva e irritante de atitudes de irmã mais velha (eu é que sei!) com atitudes rebeldes de irmã mais nova (não mandas em mim!). A perfeição da minha irmã mais velha conjugou-se com o meu sentido de competitividade e fez-me fugir de algumas lutas (ela é boa com bebés, não ligo a bebés) mas por outro lado desenvolver capacidades (ela é boa a línguas, eu vou ser melhor ainda!). A liberdade com que a nossa irmã mais nova olhava para a mais velha veio tirar algum deste drama e as atitudes competitivas desaparecem, porque a partir daquele momento, eu também sou irmã mais velha, temos isso em comum! Mas também sou irmã mais nova, como a que acabou de nascer! E assumindo a vontade de protagonismo, o meu desejo é que a relação entre elas passe sempre por mim, porque eu é que sei o que é ser uma coisa e outra.
Irmã mais nova
Sei que a posição em que nascemos numa família influencia a forma como somos educados, e como vamos enfrentar o mundo. Sou a mais nova de três, a filha supérflua, aquela que não veio mudar nada, mas (sei-o agora que também tenho três filhos) mudou tudo. A terceira filha cresce por comparação, é mimada não por dois mas por quatro, é o bebé durante muito mais tempo. Houve coisas que só aprendi a fazer já bem entrada na idade adulta – mudar a botija do gás, acender a lareira, fazer uma determinada sobremesa. As terceiras podem encostar-se a quem vai à frente.
Cresci a saber que não sou nada de especial (como podia? se elas já tinham feito tudo o que eu fazia!) mas ao mesmo tempo não podia sentir-me mais especial. Ter duas irmãs mais velhas na infância é ter duas guarda-costas, carregadoras de cestos de almoço, é ter sempre uma mão para atravessar a rua, é andar vestida de igual anos a fio (porque à medida que vou crescendo vou usando a roupa de uma, e depois da outra). É dar tanto valor ao que é meu (porque foi tão pouco!). É não ter álbum de bebé mas ao mesmo tempo não precisar, porque tenho dois testemunhos do meu crescimento, além da mãe e do pai. Ser a mais nova na adolescência foi querer seguir um caminho tão diferente, foi tentar marcar a minha individualidade de forma radical – anos e anos a ser chamada de macaquinha de imitação, era tudo o que não queria ser! Mas ser a mais nova também nos permite avaliar o caminho que elas vão trilhando à nossa frente, e com isto conseguir ir muito mais longe do que iria se fosse sozinha. É ter sempre um conselho disponível, para seguir ou contrariar. É ter dois patrões que mandam vir quando faço alguma coisa mal! Mas acima de tudo ter uma claque, duas cheerleaders só para mim!
@workingwithsatya & @yachay_liquidwisdom
Founder and CEO of Working With Satya, a company dedicated to raising the Consciousness of Humanity.
@weddingplannerandcurator & @love.is.my.favorite.color
Cristiana’s artwork is the result of a combination of her visual culture, attention to detail, and respect for the essence of everything.
@annawesterlundceramics & @together_annawesterlund
Anna Westelund’s brand has already had pieces exhibited at the MOMA in New York and the ‘Portugal Convida’ visual arts exhibit in Barcelona.
YA’CHAY was born at the heart of Pachamama (Mother Earth), deep into the forests of the Amazonian Jungle. An old dream of Satya’s, that crosses the timeline and now manifests itself in a chain of stories with women’s hands and souls, of sisters who inspire and unite to create for the sake of Humanity.
It all started with the smell of freshly brewed tea, served at Satya’s Grandma Lela house. Plants, daughters of nature, have always fascinated Satya, but it was when she dived into the Peruvian Amazon Jungle and experienced the knowledge carried by the indigenous tribes, that she felt it was her life’s mission to honor them. The ancestors, men and women of wisdom, revealed the healing power of plants for the body, mind and spirit, as well as the importance of rituals for reminding us of the connection with the sacred, that as long been forgotten.
Satya created 6 blends of Portuguese plants, each with a specific purpose, and a Sacred Ritual, that enhances the communion between our intentions with the spirit and healing power that dwells in the plants. At this moment, YA’CHAY came into existence, but to bring it to the world Satya needed to find the right person. It should be someone who could understand what is embodied in this mission, that is about much more than herbal tea blends, it’s a moment to dive deep in ourselves and expand our consciousness through the YA’CHAY Sacred Ritual. Cristiana came along, in a perfect alignment that is found when the purpose serves the other and comes from the heart. Satya invited her to be the curator of YA’CHAY for the way she sees the expression of beauty: simple yet detailed, contemporary yet full of history and deep roots.
As YA’CHAY is a complete experience, Cristiana set out to find the ideal person to create a tea set signature collection. She soon realized Anna Westerlund, whom she had known for a few years and admired her, as an artist and as a woman, was the perfect fit. From a pleasant conversation between Satya, Cristiana and Anna, the idea was born and from Anna’s artistry came the materialization of the fusion between ancient and modern times resulting in raw and simple beauty with a strong character, to enhance and inspire the YA’CHAY sacred ritual.
YA’CHAY is a love story between daughters of Mother Nature that come together as sisters to create something bigger than themselves, bringing a dream to reality.
This journey came from Grandma Lela’s teachings along with the wisdom of ancestors and plants taking form through the beautiful and inspiring bonds between these women and the absolute belief that together they could create magic. And they did.
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AKA Marta, Martinha, Martolas, Queiroz, Mamã, Mãe, Amor, Tata.
Mãe do Francisco e da Carolina, casada com o Nuno, irmã mais velha da Joana e da Pipa, filha da Ana Paula e do João.
A descobrir-me todos os dias.
Quando fui desafiada a escrever sobre o tema Irmandade, ou melhor, “Irmãdade” fiquei com alguma dúvidas sobre o que poderia escrever sobre o assunto. Sei que faço parte de comunidades de mulheres que se ajudam e estimulam a ser as suas melhores versões, identifico-me com essas comunidades e até as reforço mas… como abordar?
Voltei à minha infância.
Sou a irmã mais velha de duas mulheres incríveis e desde que me conheço e tenho consciência que é essa a minha realidade: as irmãs Queiroz ou as “Queirozes”. Nasci numa família em que o meu pai nunca nos colocou limites por sermos mulheres, aliás posso mesmo dizer o contrário, o meu pai sempre acreditou que podíamos tudo. Para ajudar temos uma mãe que pode tudo e sempre estimulou isso em nós.
No entanto, quando cheguei à escola essa não foi a realidade que encontrei. Na altura, havia uma clara distinção entre o que as meninas podem e o que rapazes podem, e até na forma de estar de uns e outros. E não melhorava ao longo do anos. A partir dos 8 anos ser maior, mais alta e com óculos não ajudava a fazer parte do grupo das raparigas; muitas vezes acabava a brincar com os rapazes.
Porquê com os rapazes? Porque para eles o importante era brincar, sem julgamento. Por mais que se zangassem, no final as questões estavam ultrapassadas.
Felizmente ao longo da vida, muitas vezes com as minhas irmãs como “sidekicks”, fui encontrando mulheres e homens que tinham esse espírito de revelar o que cada um tem de melhor, ou pelo menos de experimentar sem medos.
Com esta reflexão sobre este tema percebi que estas “Irmãdades” tem esta característica incrível de podermos Ser, sem julgamento. Quem pense que por isso estagnamos, desengane-se. É exactamente por isso que experimentamos e até nos impulsionamos a sair da zona de conforto. Temos uma rede que não nos julga, percebe que temos de passar pelas experiências, por vezes pica para sairmos da linha e isso é tão bom!
Penso que o exemplo mais claro e actual que vivo é na comunidade da STAT. A STAT é uma escola de Taekwondo que é muito mais que isso; e foi fundamental para mim numa altura em que fiz grandes mudanças profissionais. Lá fui, e continuo a ser, desafiada sempre a sair de zonas de conforto por pessoas que acreditam que podemos fazer diferente e onde sei que também faço isso pelos outros. É um crescimento mútuo e é engraçado como acabámos por juntar uma série de mulheres de diversas idades para arriscarmos, para arranjar a coragem de dar um salto para coisas diferentes, sem julgamento.
É muito bom ver que as mulheres/meninas têm um peso cada vez maior na STAT, pois faz mesmo diferença na auto-confiança, em ter uma voz. Eu sei a dificuldade que tive para fazer o meu primeiro AYÁááámas tive a sorte de ir para uma aula de adultos com uma serie de mulheres (e homens) que me inspiraram e me soltaram da vergonha.
O julgamento já o fazemos tantas vezes a nós próprias, sem ninguém o fazer. Acredito que isto é irmandade: raparigas/mulheres que se apoiam sem julgamento, com opiniões e que estão lá mesmo quando não corre assim tão bem.
Não é fácil encontrar este espírito nas mulheres e entre mulheres; ainda existem as barreiras da educação e da sociedade, ainda temos muito o “isso não é adequado” ou o “olha aquela”. Mas o bom destas irmandades é que se deixa isso para trás e trata-se de verdadeiro empoderamento.
É um trabalho que temos pela frente e pelo qual somos responsáveis. Infelizmente ainda temos ‘algum’ pela frente. Sei disso, pois tenho uma filha de 8 anos que se queixa de algumas situações mas também sei, porque me diz, que já há muitas meninas de 8 anos que conhecem o espirito de “irmãdade” que as impulsiona e as empodera. Vejo também nas minhas alunas de FitBox ou de Taekwondo que têm uma voz e que se desafiam.
Que possamos Ser nós com todo o poder que cada Mulher tem!
Women founded collective for ocean lovers.
Empowering by uniting like-minded.
Meet up‘s • Events • Classes • Workshops • Non Restrictive
What started as a small WhatsApp group of women who just wanted to share their experience and surf together, became what we call Ocean Sisters today. A place for women from all around the world to support and inspire each other. Everything started in summer 2020. The moment when you realise that you feel alone.
‘Hi I’m Julia, member and founder of the Ocean Sisters.
I am often asked how this came about and why I created this movement. The simple answer was loneliness. Do you know this feeling? No matter how far you have travelled or whether you are in the most beautiful place in the world surrounded by amazing people – you feel alone. We don’t talk about loneliness. It’s something that makes us look weak and uncool, right ?! Bullshit!
We’re all struggling with the same. No matter whether you are in a great relationship or surrounded by many people.
That will never replace the feeling of true friendship. The feeling of home and belonging. Many of us are where we are, because we’re following our dreams, whether for short or long term. But what price do we pay for it? We leave our best friends and families behind, our comfort zone. Hoping to find all of this in our adopted home. But unfortunately the reality can be different.
It takes a long time to find the right connections and sometimes even forever. Some of us even give up on our dreams because of it. Many of us in the community may have experienced the same. Others just want to have fun. Whatever reason you have to read this, you’re exactly on the right spot.
It’s about belonging, solidarity and true friendship.
Isn’t that what we’re all looking for at the end of the day?!’
Welcome Sister!
Conheceram-se todas há quase 25 anos, em Lisboa, numa residência universitária feminina, chamada DOMUS.
Ainda hoje são amigas inseparáveis embora vivam todas longe, Lisboa, Londres, Guarda, Madrid e Açores.
Mais do que amizade, esta é a verdadeira irmandade.
Mariana Meneses Ávila:
Quando fui para a faculdade era vontade dos meus pais (…) Eu rejeitei de imediato. Sempre tive autonomia e independência na ilha Terceira e não estava para ir para Lisboa viver num “colégio de freiras”.
Passei então pela péssima experiência de um apartamento. Tudo corria bem até ao momento em que teria de fazer a comida!!?!?! Ora, eu era muito autónoma e independente só de boca. Nunca cozinhei, nunca arrumei a casa ou o meu quarto na ilha Terceira. Foi mais difícil do que pensei e lá me rendi ao Domus. A melhor experiência da minha vida.
Marta Contente
Fui obrigada! Esta é a mais pura das verdades…pensar numa residência só de mulheres, não era nada “aliciante”. Honestamente duvidava que num sitio só de mulheres pudessem viver pessoas normais. Felizmente… parece que estava enganada 😉
Rita Santos:
Não, muito pelo contrário! Aliás, quando os meus pais me “obrigaram” a ir para a residência, fartei-me de chorar! Felizmente tudo mudou quando conheci as minhas duas colegas de quarto!
Teresa Proença:
Sim. Os relatos que eu tinha da vivência no Domus eram espetaculares e eu sentia que queria fazer parte disso
Mayumi Delgado:
Claramente que contraria.
Sónia Pedro :
Contraria. Há mulheres conflituosas, como há homens conflituosos. Havia intrigas como há noutros sítios, mas também havia muita partilha boa e é isso que guardo.
Rita Santos:
Dúvido muito. Acho que todo o ambiente, a vivência diária, os dias, noites, as férias e fins de semanas que acabámos por passar juntas não teriam acontecido noutro contexto! Partilhamos desde as coisas mais pequenas do dia a dia aos grandes pilares das nossas vidas! Criámos laços que, falo por mim, não se comparam com quaisquer outros que tenha criado ao longo da minha vida.
Sónia Pedro :
A partilha ia para além de partilhar um quarto ou uma casa, a partilha acontecia também fora dali. Quando a Domus fechava em Agosto, continuávamos a combinar fins-de-semana nas casas umas das outras.
Teresa Proença:
Vivemos juntas 24/24 durante muito tempo. É quase como um casamento!
E dessa vivência nascem pequenos nada que fizeram toda a diferença. Coisas aparentemente insignificantes que nos uniram e nos tornaram nós. Coisas só nossas que ainda hoje são só nossas.
Joana Amaral
A desmontar lavatórios( A Marta é excelente canalizadora!) ou a esconder aquecedores com mais de 500 kw nos armários-( era Pproibido terem mais potencia). Havia apenas um que pertencia a uma algarvia apelidada de arrastadeira.
Rita Santos:
Acima de tudo, aprendemos o que é ter sempre alguém que vai lá estar para nós, sem duvidar. Sabemos que temos e vamos sempre ter estas pessoas, esta amizade que nos aquece e nos acompanha sempre que precisamos.
Rita Santos:
confiante e a confiar plenamente em alguém.
Teresa Proença:
autêntica.
Mariana Meneses Ávila
Feliz. Quando sai do apartamento havia também um contexto familiar difícil, o meu pai tinha tido um cancro (sobreviveu ao mesmo, mas eu estive sem o ver uns meses pois ele era seguido numa clinica em Boston). Eu tinha desistido da Escola Superior de Dança e do Conservatório de Musica para ser Assistente Social. Fiz uma promessa que se ele sobrevivesse eu dedicava-me aos outros.
A verdade é que estive dormente durante muito tempo. Rejeitava ver espetáculos de dança ou musica (clássica, não daquela barulhenta que elas também me levaram). Elas de certa forma salvaram-me. Aos poucos arrastaram-me para concertos na Aula Magna a ver o Mário Laginha e a Maria João… chorei e ri o espetáculo todo… era a primeira vez que os via após a decisão de deixar a música e dança. Elas sabiam que a música e dança eram o meu calcanhar de Aquiles e de certa forma, aos poucos, tentaram devolver-me àquele mundo.
Sónia Pedro :
O valor da verdadeira amizade, sentir que podia contar com elas, que com elas podia ser eu própria…. Não tive propriamente uma adolescência fácil, tinha que silenciar muitas vezes aquilo que era para poder estar no grupo. Quando cheguei à Domus fui aceite…sentir que podia ser eu sem ser julgada valia muito. Lembro-me que depois da primeira semana na Domus, já não queria ir a casa… Talvez porque não tinha tido verdadeiras amigas antes.
Mariana Meneses Ávila
Quando o meu pai morreu há 17 anos, a Guida e Rita, meteram-se no avião para virem ter comigo.
Quando fiz 30 anos fiz uma festa louca e muitas vieram.
Quando me casei, muitas vieram. Eu só perdi um casamento e porque já estava gravida de 7 meses e a médica não me deixou viajar…
Volta e meia tenho uma na ilha.
Apenas pelo olhar sabemos o que cada uma está a pensar ou a sentir… e sinto isso com todas… apesar da distancia.
Marta Contente
No último Natal, quando regressávamos de Londres para Portugal, parámos na Guarda só para eu dar um abracinho à Teresa. Não seria nada de peculiar, não fossem 23h e nós com 14 horas de viagem já feitas e ainda mais de 2 horas para fazer, no Inverno e com três miúdos. Mas precisávamos de um abraço apertado há muito tempo. Daqueles com muita, muita força e que dizem tudo e muito mais… dizem que não há distância e o quanto goostamos uma da outra. E os 10 minutos que estivémos juntas (sim, sisterhood deve ser isto 😉) souberam mesmo bem! (já não nos viamos há 3 anos…)
Marta Contente
Ui! Dava! Claro que dava! Uma não, várias….
bilhetinho de boa sorte”… porque os bilhetinhos eram algo que mostrava que nos lembrávamos umas das outras, de todas as vezes que havia um exame ou um acontecimento importante.
Mariana Meneses Ávila
Tendo em conta a idade, Golden Ladies 😉
Mayumi Delgado
Como sair à noite e entrar com o padeiro.
Teresa Proença:
“As portas”. Seria uma série trágico-cómico-drama-musical. 🤣 … é que atrás de cada porta de cada um dos quartos estava um mundo completamente diferente… e um abraço único!
Marta Contente
Mandava! E dizia: Aproveitem! Essas amigas são para a vida!
Sónia Pedro
Sem dúvida, mas acho muito importante a mensagem que se passa. Há quem ache que as residências são dormitórios cheios de regras para os pais controlarem os filhos. Acredito que se alimentarem esta ideia será redutora a experiência. Eu fui de coração aberto e saí de coração cheio.
Sónia Pedro
Cumplicidade
Mariana Meneses Ávila
Multicultural
Joana Amaral
Tesourinho
Mayumi Delgado
Alegria
Teresa Proença
Infraestrutura
Rita Santos:
Só uma? Fenomenal!
Buscadora. Crente. Entusiasta.
Mãe do Gil e do Vicente.
Fundadora da KACAU Tom de Pele.
Formada em Comunicação Empresarial e Relações Públicas, mas é a área do desenvolvimento pessoal, da parentalidade consciente e da spiritualidade que se tem ‘pós-graduado’. A verdadeira escola da vida.
Hoje, o seu maior propósito é viver com autenticidade, leveza e simplicidade. Com tempo para sere estar consigo e com os seus, ancorada nos seus valores fundamentais.
www.kacau.pt
Womanity’s purpose is to help in the empowerment of women. We do that through our mission – sharing is empowering. We believe that this very feminine ability to tell and share stories is a valuable way to inspire and reinforce the ‘see to believe’ muscle.
But we want to do more.
We believe knowledge to be another valuable source for empowerment; and if we have it, we feel compelled to share it.
ReWire is a new section in which you will find our suggestions on readings, podcasts and other media, related to the theme of this Onzine.
Why do we call it ReWire?
We love this word.
First of all it has one of our favorite letters in it, the W, of course. Secondly, it means all we wish for: an easy way to nurture your brain, establish new neural connections, thus bringing different perspectives on the subject.
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