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February 28

Oh boy. How shall I start….?

Maybe by saying that I never saw myself as a feminist.  Yeah, the word had a meaning that felt uncomfortable: a group of women, most of them considered not so feminine, who were against men and their so-called politeness towards women.

But I grew. And as my readings evolved, I discovered authors who assumed themselves as feminists but who didn’t need to affirm in opposition to, to state what they wished to state. They were for instead of being against. 

It disturbed me. It disturbed me so strongly that, for a while, I quit reading those talented writers. What they said did not concur to what my entourage had taught me: these women were beautiful, bright, utterly feminine and able to include everyone in their reasoning. I saw myself in one of my biggest cognitives dissonances ever.

So I hid them gently behind other piles of books and less disturbing authors. But then 2020 arrived: I discovered Gloria Steinem, order one book of hers after another, had the guts to absorb Maya Angelou’s, as well as so many others. A seed was starting to grow.

The more I read, the more I wanted to know about the history of the gender I was born in. I saw documentaries, movies, ordered documents and (more) books, and finally understood that the reputation of the word feminist had been a very handy construct for a society that wishes to promote inequality, that values ignorance over education, power over delegation.

On that day I found out that, in my heart, I had always been a feminist. And that was the day this concept of  Womanity was born.

I am now welcoming you to its first manifestation, an onzine dedicated to Movement. Not because we have the arrogance of considering that we have started one; not at all, this movement was born many, many years ago, when Eve decided to bite the apple of curiosity or the first woman decided that she had the right to vote. 

Our first edition is just an invitation for you to join us and maybe, as I did, find in you the seed to empower yourself for a better Womanity.

I really hope the stories of the fabulous women who have decided to contribute for this first edition will inspire you.   

 Welcome to Womanity.

ALEXANDRA QUADROS

Helena Bento

CEO da JMD e da Fundação Francisco Manuel dos Santos 

Viajante inveterada no espaço, tempo e imaginação. 

Crente e praticante da arte da beleza.

Filha da Manuela e do Fernando, irmã da Margarida.

Mãe da Matilde e do Mateus. 

“So we say “maybe it’s safer to stay here. Even if it’s not true enough, maybe it’s good enough”. Not good enough is what makes people drink too much and snark too much and become bitter and sick and live in quiet desperation until they lie on their deathbed and wonder: What kind of life/relationship/family/world might I have created if I’d been braver?”

When we let ourselves feel, our inner world transforms. When we act upon our knowing and imagination, our outer worlds transform. Living from the worlds within us will change our outer worlds.

-Glennon Doyle, UNTAMED

Acto de Fé

Não acredito na vida e num mundo sem mudança, por isso abro os meus braços e o meu coração todo os dias para a receber. Acordar sem saber completamente o que vou encontrar e enfrentar, é para mim um elixir diário.  Vejo-me inquieta e incomodada, as minhas ferramentas favoritas são as perguntas e com elas fui ganhando coragem para ir em frente e ver cada desafio da vida como uma grande oportunidade de conhecer melhor o meu mundo interior e aumentar o meu impacto no exterior. 

Não tenho sempre legiões de  entusiastas a fazer-me companhia e confesso que, se em tempos me perturbava o good enough que deixa muitos sem movimento, hoje vivo em paz comigo e com a existência de poucos incomodados como eu. 

A mudança não é apetecível para o ser humano, consome muita energia, desafia o nosso cérebro e o nosso corpo, traz riscos.  É fácil listar um conjunto válido de razões para ficarmos onde estamos, hibernating, enquanto o mundo acontece lá fora.  Eu acredito no movimento mas num movimento com direcção. Isso exige destilar o incómodo que sentimos (por vezes só na alma) em algo entendível e explicável. Para mim, o incómodo é o impulso para a acção, para o início do movimento, do meu movimento, nesta fase ainda só meu, a germinar.  

Não ignoro os incómodos; faço perguntas para os perceber melhor, para lhes ir descobrindo as entranhas. Depois, à medida que os conheço melhor, dou-lhes um nome e construo uma história que possa usar para mobilizar uma tribo que me faça companhia na procura de um better than.  Acredito em equipas e no poder amplificador que a companhia pode ter nas jornadas de transformação, aprendi ao longo da vida que as pessoas precisam de uma meta, um lugar melhor onde queremos chegar e que, de preferência, se possa pôr numa fotografia. Ajuda a mobilizar a fé e todo o movimento começa por ser um acto de fé. 

Depois penso em criar um mapa, o que é diferente de encontrar um caminho. O mapa dá conforto e permite ajustar os percursos aos imprevistos que todas as jornadas têm.  Só posteriormente procuro a forma de  tornar o caminho mais fácil para quem o vai fazer e isso determinará a escolha dos pioneiros: os que trazem a coragem, a estamina e a resiliência. A estes juntarei os Bright Spots aqueles que já demonstram, nas suas acções e forma de estar, o que vamos precisar;  representam a possibilidade, a confiança e ajudam a reduzir o risco. Por fim, traço com eles o plano, as etapas, como vamos medir o sucesso no final de cada uma e ajustar as próximas. O meu grande desafio é a velocidade bem como a capacidade para a adaptar de modo a que todos cheguem ao fim, com mais aprendizagens do que dor. Gosto de ir rápido mas gosto mais de ir com eles. Transformar incómodo em fé, possibilidade e realização.

Sou mulher,  filha, mãe,  lidero e faço parte de muitas equipas,  falho muitas vezes em todas as frentes mas durmo feliz quando sei que o que me move sempre é a busca de um better than, para mim e para os outros.  

Não percorri nenhum destes caminhos sem medo, dúvidas ou insucessos; mas fui sempre fiel a mim, ao que sou e ao que sinto.  

Chamei o medo para perto e sentei-o ao meu lado, fui percebendo a diferença entre o que sou e o que faço sem deixar que este último ponha em causa o primeiro, isso dá-me confiança. Não me preocupo com o que pensam ou dizem de mim, não tenho nenhuma capacidade de o controlar e por isso decido não investir aí a minha energia. Não sou consensual ou fácil, gosto muito mais de factos do que opiniões,  não me acomodo ou me deixo amestrar para viver uma vida good enough. Escolho o movimento com direcção, escolho a mudança, escolho as perguntas e manterei a inquietação enquanto viver, numa tentativa diária de contribuir para uma Womanity mais plena, mais empowered.  

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Elizabeth Ann Ball

BSc. Biomedical Science

Ph.D. in Immunology

SYC Authorised Ashtanga

Yoga Teacher

YIHA Certified Yoga Teacher

Listener of details and scents

Sister of three

 

Listen.

Dear Women,

I invite you to hear the sound of your voice in your head as you read these words. What does your inner voice sound like? Does it soothe and invite you to be ‘here’ now? Gently ‘hear’ your inner voice, and listen to what your body is kindly telling you.

The flow and circulation of life and its energy is in your cells. They are charged, they are electric. They are communicating, moving and shifting as you read this. Ever subtle, yet powerful. Ever evolving and moving moments of life.

In a yoga practice, there are many elements together, designed to provide ways for you to listen, communicate and respond to what your body is telling you. The challenging poses that we put ourselves into on a yoga mat are part of this, as they challenge our resistance, to turn away and leave, or to stay, exposed, holding steady and building resilience in response.

A yoga practice needs to be done in a safe, supported and witnessed environment, and our immunity is cultivated in a similar way. 

The dirt of life that we have been exposed to and exposed ourselves to, are experiences that build immunity.

From birth it was what was innately provided by our Mother. From life it is adaptively built from our interaction with Mother Earth. ‘Protection’ and ‘Defence’ maybe words associated with masculinity. Yet the strength of immunity is gained from the feminine and supported in life. This strongly feels part of ‘Womanity’. 

What you’ve been exposed to, what hardships have you gone through, and what care has been provided for you. The synthesis of life and you, shone back for you to see on your yoga mat. 

Our immune system has been and continues to be shaped, supported and built from life and all that moves around and within us.

How is your outer life moving your yoga practice? How does your yoga practice move your outer life? The symbiosis of the two – as fluid and untethering as an inhale and exhale, is what brings about changes and consistency of life in the subtle beauty of the human body. 

What is a strong immune system? Strength in immunity is an ability to act. Scientific research shows that through practising yoga our immune system gains an ability to better respond under stress. We can down-regulate parts of the immune system that would otherwise lead to inflammation, and up-regulate those that control a balance. We can refine our immune system to work within the fine lines of variance – to respond, and to provide relief. 

Our immune system does not work alone in this quest. It interacts with the whole body, breath and blood, fluidly regulating and communicating in its response. Each time we encourage movement in a yoga practice – through a directed gaze, a breath with sound, a drawing in from our core, we are supporting and improving our immune system in every moment, in every movement. 

The importance of Yoga is movement with purpose – not with precision. Not with perfection. Our body yearns to just ‘live’, just ‘be’, seeking balance in all its interactions. 

Therefore do not fear to move. Do not fear to see where your body can go. Ask yourself with compassion, what might be holding you back from moving? What catches your precious breath and freezes your body? 

As we inhale we are preparing our response, as we exhale we are releasing. That is how your body is moving and shifting constantly, seeking and searching for an answer of what to do, where to move next. 

Take this moment now, to bring your awareness back to your breath. Feel your inhale along your throat and through your nose. Breathe deeply and feel with a new appreciation that this breath bathes and washes away fear, and invite freedom and sensation to your senses.

The movement of life and energy flows through you. As your cells and their charge are communicating with each other, they are sparking a greater, stronger connection. You are learning here how to move your power from within, up and around your body, to keep you shining and lighting up the world. 

Let your body ‘be’, let it be, and hence forth move as a woman. 

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“there is a kind of strength that is almost frightening in black woman, it is as if a steel rod runs right through the head down to the feet”

- Maya Angelou

Isabel Pinto

Photographer.

Of dreams. 

Of souls.

Of all sparks of life concocted in humanity.

Globetrotter.

Mother of Francisco, Laura and Miguel.

I cannot exactly root my profound inspiration for African women. Maybe my upbringing in Africa, but still, others on the same situation did not have the same inclination as I do.

From them, I breath inspiration for my images, touched by the their courage, resilience, determination and profound wisdom.

It is a connection that goes way far from belonging to a place or a culture. It goes to the nourishing source of the soul, where the human spirit is at its highest potentiality for good and for love. It is a place that guides us to create a more noble and just world.

In Africa, with African woman, I learned the naturality of sharing, of inclusion, of freedom . How to raise children without guilt. How to be a resourceful single mom. How not to loose dignity when in surviving mode. How to be brave and creative. How to not be bitter with life.

I do love, that in just one eye exchange, the deep connection happens, how in a conversation, just a simple following sound , like “hm, hm”, feels the togetherness of the all world, how the joy and laughing of the most simple things in life make all the difference on perspective, how I feel the all Womanity just by looking at a simple foot of a black Woman.

The life wisdom a black woman emanates, connects me in ways I long for, a connection deep in the soul, where life codes are simply revealed, bridging life to life.

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Laura Sagnier

Mujer (desde hace más de 50 años).

Me he ganado la vida con el Market Intelligence siempre en PRM. 

Con experiencia internacional y mutisectorial.

Tengo la misma pareja, hombre, desde hace más de 25 años.

Soy madre desde hace 24 años.

Soy activista pro igualdad de oportunidades para las mujeres desde que tuve en mis manos los resultados de la investigación en España.

Querida Alexandra:

En primer lugar, quería decirte que me siento muy halagada de que me hayas invitado a participar en el número 0 de #Womanity. Creo que tu objetivo de “cambiar conciencias” es muy necesario y que la forma como lo estás planteando, con mujeres de todas las edades, profesiones, religiones y nacionalidades promete ser muy enriquecedor.

Me hace especial ilusión que el tema de este primer número sea #Movement. Esta temática me permite compartir contigo y con tu audiencia algunas de las conclusiones de las investigaciones que he dirigido sobre las mujeres en España y Portugal, que considero que pueden ser útiles para las mujeres, sobre todo para las que están en la casilla de salida y tienen todas las decisiones clave de su vida por tomar.

¿Qué hemos aprendido sobre el ciclo de vida de las mujeres?

Lo que las mujeres hacen, piensan y sienten a lo largo de su vida está en constante movimiento y una vez superada la mayoría de edad, hay tres momentos que serán clave. En España, el primer momento clave ocurre entorno a los 26 años, el segundo entorno a los 40 y el tercero alrededor a los 50. Si miras el primer gráfico con el resultado de este análisis para España y Portugal verás que en ambos países los momentos clave son tres, a pesar de que, en cada país, hay pequeñas diferencias en la edad que define la frontera entre una fase y la siguiente. Estas diferencias se deben a las desigualdades estructurales de cada país que sin duda tienen mucha influencia en lo que hacemos, pensamos y sentimos. 

Por otro lado, estas edades deben ser tomadas como una orientación ya que cada mujer es un mundo, por lo que, para algunas, la edad clave no será exactamente la identificada por el análisis, pero seguro que estará muy cerca, me atrevería a decir que un par o tres de años arriba o abajo.

Cuando nos aproximamos a alguno de estos tres momentos vitales, lo que las mujeres hacemos, pensamos y sentimos con respecto a las cuestiones clave de nuestra vida es muy posible que sufra alguna evolución con respecto a lo que hacíamos, pensábamos o sentíamos hasta entonces. Es por ello por lo que estoy convencida de que conocer, antes de cambiar de una fase a la siguiente, qué es lo que la caracteriza y como afecta a las mujeres que ya la están viviendo, puede contribuir a mejorar la trayectoria vital de muchas mujeres. 

Desde luego, en mi caso, estoy segura de que me hubiera ahorrado más de un disgusto. Por ponerte un ejemplo, cuando vi por primera vez estos resultados, a mediados del 2015, en pleno proceso de análisis de la investigación sobre las mujeres en España, caí en la cuenta de que mis hijas acababan de iniciarse en la primera fase mientras que yo, por aquel entonces, estaba a punto de pasar a formar parte de la cuarta. Y me sentí genial, Alexandra. Entendí por fin por qué nos costaba tanto entendernos las unas a las otras y mantener una conversación fluida. ¡Nos encontrábamos en momentos vitales opuestos! Porque además resulta que la frontera de los 50 es la que tiene el mayor poder diferenciador. Por eso, si fuéramos las responsables de márquetin de una marca y tuviéramos presupuesto para hacer dos estrategias diferenciadas tendríamos que hacer una para las mujeres de entre 18 y 49 años y otra para las que tienen 50 años o más.

Por otro lado, aprendemos que las cuatro fases de vida de las mujeres adultas que estos tres momentos clave delimitan están muy relacionadas con lo que en la investigación hemos definido como “frentes”: el “trabajo remunerado”, la “convivencia en pareja” y la “maternidad”. Si miras el segundo gráfico podrás ver qué diferente es la proporción de mujeres que ha incorporado cada “frente” a su vida en cada una de las cuatro fases. Y también que los resultados son similares, pero no idénticos en España y en Portugal. Lo que sí coincide en ambos países es que, en la primera fase, las mujeres suelen enfrentarse a un único “frente” o a ninguno, en la segunda suelen haber incorporado uno o dos y en la tercera fase, la mayoría ya han incorporado a su vida dos o tres frentes, y uno de ellos suelen ser “los hijos”.

A la vista de estos resultados es fácil de entrever que la tercera fase suele ser la más complicada en la vida de las mujeres, no solo por el número de “frentes” que acumulan sino porque además esos “frentes” suelen encontrarse en momentos críticos: muchos años en el mismo trabajo, mucho tiempo de convivencia con la misma pareja e hijos que suelen estar en plena adolescencia. Y tanto en España como en Portugal resulta que, además de que esta es la época más agotadora física y mentalmente, es aquella en que las mujeres se sienten, en general, menos felices con su vida.

A partir de los 50, algunas mujeres simplifican su vida poniendo algún “freno” o “abandonando” el que había sido su trabajo remunerado hasta ese momento, o bien a la pareja con la que habían convivido hasta entonces. Es por ello por lo que, a partir de los 50, la vida de muchas mujeres se simplifica y la felicidad con la vida se recupera con respecto a la franja de edad anterior.

He de decirte, Alexandra, que al ver estos resultados también me vi completamente reflejada en ellos. Con 47 años, esto es, cuando mi vida se encontraba en plena tercera fase, me diagnosticaron estrés laboral y tuve que dejar de estar activa en el mercado de trabajo por un periodo de dos años. Pero como dice el refranero español, no hay mal que por bien no venga, y pude aprovechar esos dos años para realizar, eso sí, a mi ritmo, y sin deadlines, la investigación sobre las mujeres en España. La suerte es que para ello conté con el apoyo pro-bono de mi equipo en PRM Market Intellingence.

¿Qué hemos aprendido sobre los “frentes”?

Cuando una mujer incorpora a su vida alguno de los “frentes”, sea la “convivencia en pareja”, el “trabajo remunerado” o la “maternidad”, su vida se verá alterada en dos vertientes: una completamente tangible, porque va a pasar a disponer de menos tiempo para ella y sus aficiones y, otra intangible y mucho más sutil, porque empezará a experimentar un conjunto de efectos emocionales que se derivarán de las relaciones interpersonales que cada “frente” conlleva.

En lo que respecta a los efectos de la incorporación de cada “frente” sobre el uso del tiempo, hemos podido cuantificar que, en la casilla de salida, esto es, cuando todavía no se ha incorporado ningún “frente”, el tiempo del que las mujeres disponen para ellas y sus aficiones es, de media, de unas 6 horas y media al día. Y en el extremo opuesto, cuando se han incorporado los tres “frentes”, y dependiendo de la edad de los hijos, este tiempo se reduce a entre 1 y 2 horas al día, lo que con frecuencia dará para poco más que la higiene personal al despertarse y al irse a dormir.

En lo relativo a los efectos emocionales de la incorporación de los “frentes” en la vida de las mujeres, la principal conclusión es que acumular “frentes” no es ninguna garantía de que la felicidad de las mujeres con su vida vaya en aumento. Resulta que la vida de las mujeres no está integrada por compartimentos estancos, y los “frentes” no son ninguna excepción, por lo que la felicidad de las mujeres solo irá en aumento si ha acertado en las decisiones relativas a los “frentes” que ha incorporado a su vida.

Ambas investigaciones muestran también que no hay un único camino para conseguir llegar a la etapa madura de la vida felices con lo que hemos construido. Para que las mujeres nos sintamos felices con nuestra vida, puesto que por fortuna no todas somos iguales ni todas queremos lo mismo, no es necesario que todas tengamos pareja, o que todas tengamos hijos o que todas tengamos que estar activas en el mercado de trabajo.

¿Qué consejos les estoy dando a las jóvenes de mi entorno?

En primer lugar, que la primera decisión que han de tomar es: qué “frentes” encajan en su vida y cuáles no. Que los “frentes” que a ellas les convienen no tienen por qué ser los mismos que encajaron en la vida de su madre o en la de sus abuelas. Y algo en lo que siempre les insisto es que tanto en el “trabajo remunerado” como en “la pareja”, podrán hacer todos los cambios que quieran, y todas las veces que necesiten hacerlos. Sin embargo, el “frente hijos” es distinto: los hijos son para toda la vida.

En segundo lugar les digo que, con independencia de los “frentes” que hayan decidido incorporar a su vida, lo mejor es que los incorporen en el orden que, según la investigación, maximiza las posibilidades de que lleguen al final de su vida sintiéndose felices. Para las que deciden tener los tres “frentes”, el orden ideal sería: primero “trabajo remunerado” (por ser el que les dará independencia económica y les permitirá crecer fuera de su ámbito de confort, de la familia y los amigos), en segundo lugar, la “vida en pareja” y por último los “hijos”.

 

También les explico que, a pesar de que no hay una edad ideal para incorporar cada “frente”, si es básico que se respeten una serie de tiempos. En lo que respecta a la “convivencia en pareja”, les recomiendo que no la inicien hasta que no se sientan confortables y dominen su “trabajo remunerado”. Y lo mismo con relación a la “maternidad”, que no se enfrenten a ella hasta que consideren que su relación de pareja está consolidada y que ambos están preparados para ella. ¡Los principios son suficientemente complicados como para incorporarlos en simultáneo!

Y, por último, pero no menos importante, les recomiendo que no se les ocurra ir a vivir en pareja sin haber hablado, no solo de cómo repartirán los gastos comunes y de la casa sino también sobre cómo repartirán la realización de las tareas del hogar. Y que no se les ocurra tener hijos sin haber hablado antes de cómo repartirán su cuidado y educación. No es necesario que los dos lo hagan todo a medias. Cada uno puede hacer lo que más le guste. Pero para que la relación tenga largo recorrido es fundamental que el reparto sea equitativo, que formen equipo.

Confío en que estas informaciones puedan serle de alguna utilidad a las lectoras de #Womanity.

Un fuerte abrazo,
Laura

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Samantha Williams

Educational leadership and gender equity advocate four days a week.

Writer and Southerner year-round.

There was nothing wrong with my body

In late 2017, I moved to New York City after nearly a decade of living in Johannesburg. Though the US was home, I knew the transition to a new city and a new role at work would be difficult. I would also be closer to the grief I’d been numbing since my father’s death the year before. Rather than rush straight into all of that, I took two months off to travel before relocating.

One of my first stops was to visit a friend in Honolulu for two weeks. In addition to eating, hiking, and beaching, I took daily jogs around her neighborhood near the ocean. I’d discovered that I loved jogging years before as part of my lifelong struggle with my weight. While many exercise phases had come and gone, jogging outside was something I always came back to. 

On a particularly perfect morning, I completed a short jog to the beach and back. Then, lured by the blues and greens of the lush landscape–and propelled by the sounds of “Despacito” in my ears–I decided to keep going. I suspected that I might have overdone it days later when an old foot injury started to niggle. By the end of the week, my ankle had swollen to the size of an orange. 

I knew that I was hurt, but I had spent nearly a year saving for the trip and still had another month of adventure planned. An orthopedic surgeon put me in a walking boot, which I took as permission to, well, walk. I hauled myself across Spain and Italy, saying no to nothing. When a tour guide dismissively told me that I wouldn’t be able to make it up the hills of Montepulciano, I smugly met him hours later with a bottle of wine in hand and a self-satisfied grin on my face. I ended each day exhausted but pleased, usually in some type of food coma. 

It was an incredible vacation, but not exactly a recipe for healing my foot. Back in New York, an MRI found a torn spring ligament on top of the tendonitis I’d already been diagnosed with. Multiple doctors agreed that the most complete fix would require a significant surgery to correct my flatfoot, the presumed structural cause of my injury. 

I was reluctant to get such a major elective procedure and concerned about the long down-time of the recovery. My doctor suggested that I try losing weight to place less pressure on the foot, which I was amenable to hearing after so many years of blaming my weight for the problems thrown my way. I had put on several pounds during my last year in South Africa, and my wine and gelato-fueled vacation had added even more. His assessment was that the weight loss and time might possibly let my foot heal itself, so that became the plan.

Unfortunately, everything worsened. Jogging was out of the question, but walking for long periods hurt, too. So I stopped the walks and jogs I loved so much. I joined multiple gyms and tried group training, but my aching foot meant making modifications or opting out of certain movements altogether. Exercise stopped being a reliable part of my life at a time when I needed it most, grappling as I was with the ups and downs of relocating and starting over. 

I lost my sense of self and felt trapped by my body–grieving, hiding, and using punishing language against myself for my inability to lose weight. Before I knew it, three years had passed without any healing in my foot, and I’d added 40 pounds to my frame. 

I left NYC and moved to New Orleans, where I met with a women’s sports physician who encouraged me to get the surgery. She could hear how much I missed jogging and thought I should do all that I could to get back to it. She made no mention of my weight. Around the same time, I read an incredible book called No Sweat: How the Simple Science of Motivation Can Bring You a Lifetime of Fitness. The book encourages separating movement from goals like weight loss or even disease prevention, as those incentives can’t sustain lifelong motivation. What does sustain motivation is focusing on exercise’s immediate and positive impact: the energy boost, the mental clarity, the improved sleep. I “aha’d!” aloud as I thought about how I feel jogging outside. No longer willing to sacrifice that source of joy, I agreed to the surgery.

It’s hard to overstate the benefits I’ve welcomed into my life since I began wrenching exercise away from a weight loss goal. Moving my body is something I look forward to, as I know that it will leave me with greater clarity, relaxation, and perspective. When things start to get tough and the pandemic days feel long, a ride on my stationary bike helps me pull myself together. 

I’m many months away from being able to jog again, but I appreciate my body and my ability to move more than ever. I wish I had gotten this surgery years ago and dismissed the assessment that my bigger body was a problem. I wish someone had stepped in to say: “Your weight is fine as it is. Take care of your foot and get back to enjoying your life. Take care of yourself.” I wish my doctor had said that. I wish I’d known how to say it to myself.

There was nothing wrong with my body. 

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Maria dos Anjos Fernandes

Psicoterapeuta.

Fascinada pelo ser humano.

Curiosa e escultora nos tempos muito livres.

Filha de um pai no céu e de uma mãe na terra.

Mãe da Marta.

O Movimento da vida

Hoje as nuvens movem-se tão lentamente que parecem estar paradas, insistem em molhar quem passa. As ruas continuam silenciosas. 

Flor sai em direção ao carro. Os seus passos são firmes e sabem bem para onde se dirigem, até se pode sentir uma certa pressa de chegar. Os pensamentos vagueiam através da janela do carro, a velocidade rápida parece-lhe lenta. As árvores aproximam-se, correm, mas contudo ficam para trás.  Apesar da aragem fria e da chuva, o céu ainda tem manchas de um azul celestial, as pinceladas brancas e leves de algodão não deixam marcas, apenas passeiam suavemente como quem acaricia o ser amado.

Flor entra pela porta giratória do Aeroporto, espaço de ligação ao mundo, sempre em movimento constante. O sol cumprimenta as paredes, saltita contente criando pequenos arco íris em que ninguém repara. A porta abre-se para este mundo de fluxo. Ela ajeita o seu chapéu verde e a sua postura torna-se mais altiva. Quando sente o movimento da passadeira rolante nos seus pés, apesar de parada, deixa-se ir naquele movimento, nada no seu corpo indica preocupação, planos ou palavras, como se tivesse entrado num lugar de culto onde o silêncio é obrigatório. 

Flor entra pela porta giratória do Aeroporto, espaço de ligação ao mundo, sempre em movimento constante. O sol cumprimenta as paredes, saltita contente criando pequenos arco íris em que ninguém repara. A porta abre-se para este mundo de fluxo. Ela ajeita o seu chapéu verde e a sua postura torna-se mais altiva. Quando sente o movimento da passadeira rolante nos seus pés, apesar de parada, deixa-se ir naquele movimento, nada no seu corpo indica preocupação, planos ou palavras, como se tivesse entrado num lugar de culto onde o silêncio é obrigatório. Sem qualquer esforço, quase que se podia dizer que ao longe se ouvem as ondas do mar, mas não, é o burburinho daquele espaço de intercâmbio, onde as palavras são ondulantes e tocam uns e outros. Flor ajeita a postura corporal, recorda-se da sua noite, sente ainda as mãos dele, a sensação macia da sua pele morena. Olham-se sempre intensamente e o tempo fica suspenso. Ele agarra o seu corpo com força como se pudesse agarrar a sua alma. Sorri com a lembrança e, ao sorrir internamente, ilumina-se para fora. Sente-se observada, apesar dos seus sessenta e cinco anos de idade. Sabe que é uma mulher com poder, a sua presença ainda transmite sensualidade. 

Flor repara em alguém que lentamente vai descendo: fala com as mãos, os seus olhos dançam ao som das palavras, fala sozinha, – é para si que fala, precisa de se ouvir, constata.  A mente que cria a felicidade é a mesma que cria o sofrimento, pensa Flor, ao vê-la aproximar-se. Repara que ninguém está atento, cada um está perdido dentro de si. Cada um vê o que quer ou o que pode, é destes fragmentos que é feita a realidade. Cada um no seu mundo, cruzam-se, entreolham-se, é o movimento incessante da vida. O movimento dos que sobem e dos que descem.  

O coração de Flor dispara, uma vibração estranha percorre-lhe o corpo, algo a puxa para cima, uma força magnética. Ela vê uma boca cerrada pressionando o maxilar, veias do pescoço parecem saltar para o espaço exterior, e um corpo fechado e encolhido. Flor sente o seu corpo a ser puxado para o chão, sabe que tem de respirar, sente a sua pele pálida e um arrepio que se agita no seu corpo como um vendaval. Flor sabe que a vida não é fácil e que há momentos muito difíceis. Respira e endireita a postura. O movimento lento da escada faz aproximar aquela sombra, Flor já não tem medo, aprendeu a não ter medo das emoções, elas dão-nos um lugar na vida.

O que a Flor não sabe é que este corpo que se aproxima se chama Ana. Um corpo que dói, vísceras que gritam, ossos que se recusam a mexer, discutindo palavras sem fim que Ana não entende. As feridas sentidas tão profundamente nem sempre são físicas. Hoje quando Ana se levantou despiu a custo a roupa pegada ao corpo, tirou-a com repulsa como quem tira uma pele que não lhe pertence. Mesmo no banho, as sombras espreitam-na constantemente, ela mergulha elegante dentro deste líquido quente como se entrasse no útero materno. Deixa-se ir, num movimento lento, como as nuvens que ela não viu. Submersa, quer acreditar que está noutra dimensão e que ali se pode deixar morrer, mas emergiu apressadamente como se nascessem dentro de água serpentes. Flor não sabe que Ana estava esgotada e que esgotada saiu de casa. Agora os ossos de Ana aconchegam-na dentro do seu casaco cinzento com um aroma suave e limpo, ela quer compreender a sua própria mente, mas não tem respostas, apenas o silêncio negro dentro do peito. Os músculos pendem-lhe suspensos por algo que não se vê. Sente o horror e o sabor amargo em que o tempo estagnou. Não tem imagens nem palavras na sua mente, então porque dói tanto? O céu hoje avisou-a com gotículas de água que estava no sítio errado, talvez lhe quisesse dizer que estava na vida errada.

Flor começa a vê-la, aprecia cada linha do rosto de Ana, o medo marcado no seu rosto. O seu olhar tinha perdido a vida, a vida que ainda estava por viver. Flor olhou-a com o coração, com cuidado, enquanto se iam aproximando lentamente; como se a abraçasse e nesse abraço lhe dissesse que está tudo bem. Gostaria que esta onda de energia lhe falasse ao coração, em que a palavra não tem lugar. E que este silêncio fosse carregado de compaixão para lhe tocar na alma e lhe dar esperança. Há pessoas que nos tocam a alma e com isso pode-se voltar a viver. Ana troca olhares com Flor, só agora a vê ou se permite ver. 

Na verdade, a sua alma está tão ensanguentada, não quer sentir raiva nem ressentimento, mas estava a sangrar por dentro. De tanto olhar para o passado perde o presente, respira fundo com dificuldade e, como por magia, recebe o perfume de Flor, como um bálsamo que lhe atravessa a sua alma cheia de nada. A ansiedade que sentia começa lentamente a desaparecer. Fica grata por conseguir finalmente respirar, surpreende-se: o seu corpo também se está a deixar ir, no movimento descendente da escada, sente os músculos subtilmente a descontrair. O poder da cura quando se abraça a alma do outro. Ana sente agora vontade de endireitar as costas, é uma vibração de regeneração, os seus olhos procuram as luzes cintilantes. Agora sim, consegue ver pedaços de arco íris espalhados pelo chão. Ana não sabe o que aconteceu, mas o seu corpo jovem procura o batom e, ao olhar-se ao espelho, vê uma possibilidade de voltar a ser feliz.

Flor sai agora da escada rolante, não tem ambições, não pretende acumular riqueza, nem poder. O que tem basta-lhe. Sabe que não se pode prender o vento, temos de o deixar acariciar quando quer, e deixá-lo ir quando bate com as portas. Onde se compra um beijo com sabor a cereja? Onde se compra um corpo que envolve o outro, desafiando e apoiando, numa dança ondulante? Olha para as pessoas afastadas umas das outras, a distância não é física, as distâncias que existem no coração das pessoas, essas sim, são intransponíveis. Por vezes a vontade de estar em paz ultrapassa a vontade de viver. Sorri ao ver uma barriga envolta em caracóis dourados, sente-se bem pela primeira vez há muito tempo. A mulher grávida devolve-lhe o sorriso e com ele a esperança. A mulher carrega em si a força e o poder da vida, todo um mundo dentro de uma pele. Flor sente-se feliz por estar viva, sente que pode prosseguir e construir um novo futuro.  Tudo passa. 

O movimento silencioso das nuvens, vai transformando o céu noutro cenário, contrastando com o excesso de ruído dentro das pessoas e a esperança a menos. ‘Tudo passa, tudo passa’, repete estas palavras como um mantra e é com elas que se encaminha firmemente em direção ao céu. 

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Anna Rita Germinario

Giovane donna laureata in Arts Management. 

Un colibrì in viaggio, dal Sud Italia fino a Marte. 

In equilibrio tra terra e cielo, logica e cuore. 

Amante del carboidrato, dispensatrice di sorrisi e combinaguai sistematica.

Movimento Ø movimento

Quanto segue è una traccia concreta di una giovane donna ventisettenne che, durante un anno impegnativo per tutti, è riuscita finalmente ad abbracciare la sua vulnerabilità. Non vivo di nessuna pretesa, fuorché una: essere onesta con chiunque mi circondi. Il sole, la luna, il territorio, la natura, gli affetti – esiste qualcosa che non meriti di essere partecipe della verità di ognuno? Lascio che il movimento delle parole mi guidi: l’unico in grado di accompagnarmi ovunque desideri essere, da luoghi indefiniti fino a quelli reali, come la mia casa in una cittadina del sud Italia, in cui sono ferma da quasi un anno.

Ultimamente mi capita di giocare a nascondino nella spirale dei ricordi. Corro e mi nascondo tra i morbidi arbusti fatti di compiacimento e nostalgia. Mi abbandono, scompaio e riemergo in una spira diversa, ove mi cimento e vivo di immagini, quelle nell’aldilà di una fotografia, potenti e voraci, come solo la presenza con piedi e occhi in cielo e terra può scaturire.

Un movimento dagli organi fino all’anima mi scuote, una vibrazione: l’aria si refrigera, il tempo rallenta, poi stasi e luce. Una moltiplicazione di persone, luoghi e gesti: uomini vitruviani cavalcanti esistenza. Specchi conformi all’esperienza ma differenti ad ogni spostamento. Mi muovo, danzo e mi sovrappongo con essi. Li attraverso, con la presunzione di essere miei. Insieme creiamo un moiré, effetto unico in velocità e movimento: la mia personale chiave di lettura fa eco nel presente.

Ho gli occhi aperti. La testa a penzoloni sul divano che accoglie, ormai da quasi un anno, il mio corpo, rientrato in sé dopo lunghe traversate in giro per strade, stazioni e aeroporti. Rinasco qui, in quasi tutte le trasmigrazioni fisiche che inevitabilmente si sono tramutate in emigrazioni mentali. Un passo in più verso l’ignoto ed eccola, la sensazione innata di sentirsi moved nello spirito. Oggi, quello stesso movimento è fatto di reiterazioni circolari, come se tutto fosse fermo e il tempo procedesse in ri-tardus, a rilento. Ogni ricordo mi riconduce a un istante passato in cui gradualmente sembro svanire. Pezzettini di puzzle sottopelle, in viaggio, vanno a ricomporsi altrove.

Come mai sono ferma qui? Com’era la vita prima?

Ho gli occhi chiusi. Chilometri a piedi, un sentimento diverso ad ogni sguardo percorso e l’indimenticabile audacia di poter esplorare e comunicare con il mondo semplicemente attraversandone i confini fisici e temporali. Cerco di osservare questo meccanismo di mobilità rotto e distorto, come le immagini che appannano lo specchio dei ricordi. Mi inseguo ma sono ferma. Cerco chi ero mentre scopro chi sono, ma vedo solo le sagome e non corpi, una vita finora fatta di insicurezze attraversate grazie al movimento. Conoscitivo, immaginario, fisico, mentale: quanta grazia ricade su di esso e altrettanta ne propaga. Da sempre è motore di idee e ispirazione, associato ad “arti” e pensieri. Compagno indissolubile della velocità, colei che è riuscita a mostrarmi disegni e trame sempre diversi, decodificando il mondo ai miei occhi. 

Nessuno avrebbe potuto immaginare che la velocità si sarebbe improvvisamente tramutata in lentezza e successivamente in staticità – il confinamento, un’introspezione comunitaria tra quattro mura, lo spostamento a senso unico in luoghi già percorsi e ripercorsi. Lo stesso pattern ogni giorno, non si sa per quanto. Mille corpi che avanzano e improvvisamente rincasano con ambizioni stroncate, una pioggia di realtà sulle spalle e una latitanza dell’immaginario. 

Here I am. Here we are. Ripeterlo fa sentire meno soli. La nostra gioventù in balia dei sogni più grandi, ormai esperti funamboli, da tempo in bilico su di un filo consumato e sottile. Un soffio di vento è riuscito a catapultarci tutti giù, per terra. Bisogna risalire la montagna, cambiare la corda e rimettersi in marcia. 

Dov’è finito il movimento adesso? È una spirale, come la mia casa dei ricordi: una landa deserta che necessita di coltura e acqua fresca. Un percorso immaginario dove potersi ricongiungere, al centro di ogni cosa, nel mio corpo lontano dal viaggio, ferma nello stesso luogo.

“The freedom of insecurity felt like home” (“la libertà dell’insicurezza mi faceva sentire come a casa”) – fa eco tra i pensieri questo mantra silenzioso, scritto dalla giornalista e attivista americana Gloria Steinem nel libro “My Life on the Road”, compagno di numerosi viaggi mentali sul divano di casa. Quante vite ho vissuto incrociando la libertà nell’istante in cui lo stomaco in preda ai più oscuri movimenti dell’anima, riusciva a tradurre le paure recondite in generosi atti di coraggio. Quel momento si prestava al movimento, in cui come luce, bilanciavo il mio spazio ombroso, “out of statistics and into stories” (“fuori dalle statistiche e dentro le storie”). Fin da subito, ero avvolta dalla sensazione di fare passi in avanti, di maturare e progredire. Collezionavo ricordi e, non di meno, consapevolezze e forza. Ero arrivata al punto in cui il corpo aveva iniziato a muoversi seguendo i ritmi degli ingranaggi delle città, un corso e ricorso di strade, rotatorie e vicoli ciechi, in una traiettoria di luci che sempre attraversa e abbaglia, gettando nuova luce (!) su quanto sta avvenendo dentro e fuori.

Fermarsi in attesa di un “via libera” non era previsto, né tantomeno interrogarsi sul proprio destino con questa intensità. Si sono palesate due facce della stessa medaglia: la presa di coscienza di aver frenato dopo una vita in piena accelerazione e l’atrofia derivante da tutta l’adrenalina accumulata negli anni. Una benedizione da un lato, un andirivieni di sfide e piccole conquiste dall’altro, dal ricongiungersi con un ambiente fisicamente stretto, a dover lottare costantemente con chi ero e chi sto diventando. Si è trattato di un nuovo scontro culturale, ma a ritroso. Il divenire di una giovane donna si scontra con la disoccupazione, il provincialismo e anche un po’ di ricalchi di una società con tante macchie e poche paure per un segmento così vitale come quello giovanile. La pandemia ha solamente palesato ciò che abbiamo sempre saputo. Penso ai miei amici, alle lauree prese con fatica e speranza: ci meritiamo un futuro, ce lo stavamo costruendo con tutte le nostre forze. Ora siamo chiusi, come solo la cultura che ha smesso di respirare l’ossigeno della gente può.

Nel dibattito ininterrotto con i miei pensieri e dopo quasi un anno a casa, ho riunito tutti i ricordi in un plebiscito, per potermi rendere conto di come andare avanti. Patteggio con il coraggio, studio l’approccio alla parola e guardo le valigie vuote ad attendermi. Studio i prossimi movimenti, del corpo e della mente. Sto ancora cercando di non dimenticare le conquiste in salita e le cadute in discesa e spero presto di ritrovarmi su di un piano per poter volare. Non ultimo, la commissione della memoria ha decretato unitamente che vivere una vita a velocità moderata permette di creare dei ricordi nuovi, più forti e duraturi, con i quali magari non mi ritroverò a litigare in futuro. J’avais l’habite en spirale(“avevo l’abitato in spirale”), scioglilingua che si leggeva su uno dei Rotoreliefs realizzati da Duchamp, dischi che se fatti girare alla giusta velocità davano la percezione di profondità, come illusione ottica. Quest’anno imposto la giusta velocità in modo da poter andare a fondo nella mia spirale dei ricordi, per potermi abitare meglio d’ora in avanti. Ho promesso di ricercare la forza dentro, instillando gentilezza, redarguendo ciò che è sbagliato, amando ciò che merita di esserlo. Questo non sarebbe avvenuto se non mi fossi fermata per prendere un bel respiro: ora, più che mai, c’è bisogno di ritrovarsi, soprattutto muovendo il cuore.

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